ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, QUINTA  31    CAMPO GRANDE 26º

Política

“Dever cumprido”, diz Nelsinho após exclusão de celulose e ferro do tarifaço

Após missão oficial em Washington, senador sul-mato-grossense destaca resultado parcial das negociações

Por Jhefferson Gamarra | 30/07/2025 18:46


RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Missão aos EUA garante exclusão de celulose e ferro-gusa de tarifa adicional. Senador Nelsinho Trad comemora resultado de negociações em Washington. A missão oficial do senador Nelsinho Trad aos Estados Unidos resultou na exclusão da celulose e do ferro-gusa da tarifa adicional de 50% imposta pelo governo americano. A decisão, publicada em decreto por Donald Trump, preserva setores estratégicos da economia sul-mato-grossense. A tarifa, no entanto, foi mantida para a carne bovina in natura, principal produto do estado exportado aos EUA. A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (FIEMS) avalia positivamente o resultado das negociações, considerando que a exclusão de alguns produtos e a prorrogação do prazo para a entrada em vigor da tarifa abrem espaço para novas negociações.

O senador Nelsinho Trad (PSD), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, afirmou nesta quarta-feira (30), que encerra a missão oficial aos Estados Unidos, que volta para o Brasil com “sensação de dever cumprido” após a exclusão da celulose e do ferro-gusa da tarifa adicional de 50% que entrará em vigor para centenas de produtos brasileiros.

A decisão do governo norte-americano foi publicada em decreto do presidente Donald Trump, que manteve a taxação para itens como a carne bovina in natura, principal produto sul-mato-grossense exportado aos EUA. A exclusão de setores estratégicos para Mato Grosso do Sul foi comemorada por Trad, que destacou o resultado das reuniões com congressistas e empresários americanos durante os três dias de agenda em Washington.

“Estamos voltando ao Brasil após três dias de trabalhos intensos aqui dos Estados Unidos, onde tivemos ações concretas de resultados positivos, mas o mais importante, o estabelecimento do canal de diálogo branco e direto com os parlamentares americanos e com a classe empresarial americana. Isso vai ser imprescindível para o andamento e o prosseguimento dessas negociações. Saímos daqui com o sentimento do dever cumprido. Saímos daqui com a notícia da exclusão do setor de celulose e do ferro-gusa. Algo que muito preocupava o governador Eduardo Riedel, o sentimento de missão cumprida”, disse o parlamentar.

De acordo com dados da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), a celulose e o ferro-gusa representam juntos 36,6% das exportações do Estado para os Estados Unidos em 2025. De janeiro a junho, as vendas totais somaram US$ 315 milhões, sendo US$ 74,8 milhões em pastas químicas de madeira (23,7% do total) e US$ 40,5 milhões em ferro-gusa (12,9%).

A manutenção da tarifa para a carne bovina, responsável por 45,2% das exportações sul-mato-grossenses para os EUA, é considerada o principal impacto negativo para o setor produtivo local. Outros itens que continuarão sujeitos à taxação de 50% incluem sebo bovino (9,4% das vendas), carnes salgadas (2,5%), filés de tilápia, óleos animais e carnes desossadas.

No acumulado do ano, Mato Grosso do Sul exportou US$ 3,75 bilhões em produtos, tendo a China como principal destino (US$ 1,29 bilhão), seguida pelos Estados Unidos.

Além da celulose e do ferro-gusa, o decreto de Trump isentou cerca de 700 produtos brasileiros, entre eles suco de laranja, gás natural, fertilizantes e peças para aviação civil.

Em nota, a Fiems avaliou que a prorrogação de sete dias na entrada em vigor da tarifa adicional e a lista de exceções são sinais de que há espaço para negociação. A entidade destacou a importância da diplomacia parlamentar brasileira para reduzir impactos da medida e afirmou que seguirá atuando para incluir a carne bovina e outros produtos estratégicos entre os isentos da sobretaxa.

“O movimento diplomático liderado pelo governo federal e reforçado pela missão de senadores brasileiros a Washington já produziu efeitos concretos e positivos. O cenário final ficou menos gravoso do que o inicialmente previsto”, informou a federação.