Estudo aponta tamanho da disparidade no acesso a creches em MS
Estudo indica que 51,7% das crianças de famílias ricas estão matriculadas ante 33% das pobres
Em Mato Grosso do Sul, a desigualdade no acesso à creche é notável entre as famílias de diferentes classes sociais. Enquanto 51,7% das crianças de famílias mais ricas têm acesso, o número de atendimento cai para 33% entre as mais pobres.
RESUMO
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A desigualdade no acesso a creches em Mato Grosso do Sul é evidente, com 51,7% das crianças de famílias mais ricas frequentando esses espaços, contra apenas 33% das mais pobres. A diferença de 18,7 pontos percentuais reflete uma tendência nacional, onde a oferta de vagas cresceu 4% para famílias ricas, mas caiu 0,7% para as mais carentes entre 2023 e 2024. O Brasil ainda está longe da meta de 50% de cobertura prevista pelo Plano Nacional de Educação. A falta de vagas é um dos principais obstáculos, afetando 28,3% das famílias pobres, contra 6,1% das ricas. Essa carreira impacta diretamente a capacidade de trabalho dos responsáveis, especialmente das mães. Para enfrentar o problema, Mato Grosso do Sul recebeu investimentos federais para a construção de três novas creches e a aquisição de 15 ônibus escolares, priorizando áreas vulneráveis e buscando reduzir a evasão escolar.
O estudo divulgado pelo projeto Todos Pela Educação é resultado da análise dos dados da Pnad-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE, que comparou a proporção de alunos de 0 a 3 anos entre as 20% famílias mais ricas e as 20% mais pobres do país.
Seguindo a tendência nacional, a diferença no acesso entre os grupos mais ricos e mais pobres do Estado é de 18,7 pontos percentuais.
Diferença de acesso aumenta no Brasil
Embora no Brasil o atendimento em creches tenha aumentado em 4% entre as famílias mais ricas entre 2023 e 2024, ele diminuiu 0,7% para as famílias mais pobres no mesmo período, o que resultou em um aumento da desigualdade.
No primeiro grupo, 56% das crianças de 0 a 3 anos tinham creche em 2023, e o número subiu para 60% em 2024. Já entre as famílias mais carentes, houve uma queda de 31,3% para 30,6% nesse mesmo período.
Em 2024, o Brasil teve 4,18 milhões de crianças de 0 a 3 anos matriculadas, o que representa 41,2% das crianças nessa faixa etária. O índice está bem abaixo da meta do Plano Nacional de Educação de 2014, que previa 50% das crianças de 0 a 3 anos em creche até 2024.
Falta de vagas
De acordo com a Pnad, 28,3% das famílias mais pobres não matricularam seus filhos por dificuldades de acesso, como a falta de vagas, enquanto entre os mais ricos, esse índice é de apenas 6,1%. Além disso, a impossibilidade de conseguir uma vaga tem um outro impacto, impedindo que os responsáveis, especialmente as mães, trabalhem.
A Undime-MS (União dos Dirigentes Municipais de Educação em Mato Grosso do Sul) confirma que a falta de vagas nas escolas é um problema real e que as filas de espera são constantes. Conforme a entidade, as prefeituras têm se esforçado para resolver a situação, mas enfrentam grandes desafios, como a falta de recursos financeiros e de estrutura física adequada.
Abertura de vagas previstas
Recentemente, o Estado foi beneficiado com três novas creches e 15 ônibus escolares por meio do programa Novo PAC Seleções da Educação, com verbas do Governo Federal.
As novas creches serão construídas nas cidades de Campo Grande, Nioaque e Ribas do Rio Pardo. Segundo nota do governo, a ampliação das vagas priorizou áreas de vulnerabilidade social, para ampliação da oferta de vagas para crianças de zero a cinco anos, e garantir mais segurança e conforto no traslado à escola, além de contribuir para a redução da evasão escolar dos estudantes.
Os ônibus escolares serão distribuídos para 15 municípios: Amambai, Anastácio, Antônio João, Coronel Sapucaia, Deodápolis, Fátima do Sul, Jardim, Ladário, Miranda, Mundo Novo, Paranhos, Rio Negro, Sidrolândia, Sonora e Tacuru.