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Educação e Tecnologia

Professores apostam em violência virtual ou excesso de telas como temas do Enem

Educadores alertam para importância de repertório genuíno e criticam uso de “repertório de bolso” nas redações

Por Viviane Oliveira | 04/11/2025 09:59
Professores apostam em violência virtual ou excesso de telas como temas do Enem
Professora Graciela Granetto, do Colégio Harmonia, durante aula de redação com alunos do ensino médio (Foto: Divulgação)

A quatro dias do Enem 2025, professores apostam que temas como violência virtual e uso excessivo de telas podem aparecer na redação deste ano. Além das previsões, os educadores reforçam a importância de produzir um texto autoral, com repertório consistente e leitura crítica de mundo. As provas serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro em todo o país, exceto nos municípios de Ananindeua e Marituba (PA), onde o exame ocorrerá em 30 de novembro e 7 de dezembro.

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Professores de diferentes instituições compartilham suas apostas para o tema da redação do Enem 2025, que será realizado em novembro. Entre as principais previsões estão questões ambientais, saúde emocional de jovens, uso excessivo de telas e violência virtual. Os especialistas destacam a importância de um repertório sociocultural consistente e autêntico, alertando contra o uso de citações genéricas. Eles também enfatizam a necessidade de conectar diferentes aspectos sociais e demonstrar reflexão própria sobre os desafios contemporâneos do Brasil.

A professora Lorhaine Amaral, do Colégio e Cursinho Refferencial, acredita que a crescente preocupação mundial com as questões ambientais, intensificada por eventos como a COP30 (Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU), reforça a possibilidade de um tema voltado à sustentabilidade, preservação da biodiversidade ou mudanças climáticas.

Segundo ela, o assunto pode aparecer atrelado a uma dimensão social, como o racismo ambiental, que evidencia o impacto desproporcional dos desastres sobre populações vulneráveis. “A discussão ambiental tende a articular responsabilidade ecológica e justiça social, mostrando como as crises climáticas afetam mais quem já vive em situação de vulnerabilidade”, explica Lorhaine.

Para o professor Carlos Eduardo Pereira da Silva, o professor Cadu, do Colégio Nota 10, o Enem deste ano pode explorar a saúde emocional de crianças e adolescentes, especialmente em relação ao uso excessivo de telas e aos efeitos dos algoritmos na dopamina. O docente destaca que o tema une dimensões sociais, mentais, educacionais e éticas, exigindo do estudante leitura crítica de mundo.

“É essencial compreender como as redes sociais influenciam o comportamento e as relações humanas. O aluno precisa dominar conceitos sobre tecnologia, saúde mental e educação, além de conectar escola, família e sociedade de forma argumentativa”, afirma Cadu.

O professor Adriano Bressan, do Colégio Marista, aposta em um tema semelhante a ‘Desafios para o enfrentamento da insegurança alimentar no Brasil’. Para ele, a fome é um problema histórico que voltou ao centro das discussões públicas. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) mostram que mais de 21 milhões de brasileiros estavam em situação de fome em 2023, o que recolocou o país no Mapa da Fome. “O Enem costuma abordar temas que unem relevância contemporânea e dívida histórica. A fome é um desafio antigo, mas ainda presente no cotidiano de milhões de famílias”, ressalta.

Ele também faz um alerta importante sobre o estilo de escrita exigido pelo exame. “O Enem deve valorizar a redação autoral, que demonstre reflexão própria. O uso de ‘repertórios de bolso’, aquelas frases prontas ou citações genéricas, pode ser penalizado. O ideal é que o estudante conecte referências de forma consciente e original, demonstrando um repertório sociocultural genuíno".

A professora Graciela Granetto, do Colégio Harmonia, acredita que o Enem tende a propor temas que envolvem grupos específicos, como crianças e jovens. Segundo ela, o exame pode abordar assuntos como tecnologia e inteligência artificial, violência virtual (cyberbullying e exposição nas redes) e inserção dos jovens no mercado de trabalho.

“É fundamental conhecer o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), o ECA Digital, que amplia os direitos das crianças e adolescentes para o meio virtual, e o programa Pé-de-Meia, criado para combater a evasão escolar. Esses conhecimentos demonstram repertório social e consciência cidadã”, orienta.

Com diferentes apostas, os educadores concordam que escrever bem no Enem exige repertório consistente, olhar crítico e autenticidade. A redação, mais do que demonstrar domínio da norma culta, precisa revelar reflexão própria sobre os desafios do Brasil contemporâneo.

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