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Política

Bate-boca na Alems tem "esquerda gosta de bandido" e "direita de bandidão"

Pedro Kemp e Coronel David protagonizaram discussão sobre operação no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos

Por Silvia Frias e Fernanda Palheta | 04/11/2025 12:04


RESUMO

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Deputados estaduais de Mato Grosso do Sul protagonizaram intenso debate na Assembleia Legislativa sobre a Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. O embate principal ocorreu entre Pedro Kemp (PT) e Coronel David (PL), com acusações mútuas sobre o posicionamento de seus respectivos campos políticos em relação à segurança pública. A discussão iniciou quando Kemp criticou a abordagem da operação, defendendo ações mais estratégicas contra o crime organizado. Em resposta, Coronel David questionou a experiência do petista em segurança pública, afirmando que "a esquerda gosta de bandido". O debate contou ainda com intervenções dos deputados Zeca do PT e Gleice Jane, que defenderam a participação popular nas discussões sobre segurança pública.


A Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, desencadeou um bate-boca durante a sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) entre os deputados Pedro Kemp (PT) e Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PL). Na discussão, Coronel David afirmou que a esquerda “gosta de bandido” e que há quem trate “segurança pública como conversa de esquina”. Kemp rebateu, dizendo que a “direita gosta de bandidão”.

Inicialmente, Kemp usou a tribuna para criticar a operação, em que 121 pessoas morreram, entre eles, 4 policiais. Argumentou que ações como essa, focadas no confronto direto, não resolvem o problema da violência urbana e do crime organizado.

O deputado petista defendeu que as operações de segurança deveriam ser mais estratégicas, atacando o financiamento do crime organizado e os líderes do tráfico, que operam a partir de mansões e apartamentos de luxo, em vez de se concentrar exclusivamente em confrontos nas ruas. Para Kemp, é necessário ir além do discurso de que "bandido bom é bandido morto" e buscar soluções mais responsáveis para o enfrentamento do crime.

O petista ainda comparou a operação no Rio de Janeiro com a Operação Carbono Neutro, realizada em agosto deste ano, que teve 350 alvos e foi cumprida sem mortes, sendo, segundo ele, mais eficiente no combate ao crime.

A discussão esquentou quando Coronel David pediu um aparte e questionou Kemp sobre sua experiência em segurança pública. Ele afirmou que "as pessoas tratam segurança pública como conversa de esquina". Kemp subiu o tom e pediu para que a conversa não fosse rebaixada de nível. O bate-boca então cresceu, com ambos os deputados falando um por cima do outro.

Kemp tentou retirar o aparte concedido ao colega, o que foi repreendido por outros deputados. O presidente da Alems, Gerson Claro, assumiu o comando da sessão e disse que isso não poderia ser feito pelo petista, sendo uma decisão da presidência, que manteve a palavra com Coronel David.

David, aproveitando o momento, disparou: "Mostra o conhecimento que a esquerda tem a respeito disso, a esquerda gosta de bandido, a esquerda não gosta do policial e do cidadão", criticando a postura do PT em relação à segurança pública e sugerindo que apenas os profissionais da área de segurança deveriam debater o tema. Kemp respondeu, dizendo que "a direita gosta de bandidão".

O debate também contou com a participação de Zeca do PT, que pediu um aparte para criticar a postura da direita em relação ao tratamento da segurança pública e questionou a ida do governador Eduardo Riedel (PP) ao Rio de Janeiro para uma reunião pós-operação. Zeca ainda indagou sobre quem financiou a viagem do governador. "O que a direita pensa é aquela velha história de bandido bom e bandido morto, de preferência negro e pobre, porque quando é rico eles pensam em anistia", disse Zeca.

A deputada Gleice Jane (PT) também se envolveu na discussão, defendendo que qualquer pessoa tem o direito de debater segurança pública, assim como outros temas, como saúde e educação.

Depois disso, os ânimos se acalmaram e a sessão seguiu.

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