Maioria acredita que vítimas de violência doméstica não denuncia agressores
Pesquisa revela silêncio das vítimas mesmo diante de testemunhas; medo e insegurança são principais obstáculos
Enquete realizada ontem apontou que 69% dos leitores acreditam que a maioria das vítimas de violência doméstica não denuncia seus agressores. Outros 26% afirmaram que a denúncia só ocorre em casos extremos, enquanto apenas 5% disseram acreditar que as vítimas denunciam as agressões.
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A maioria das vítimas de violência doméstica não denuncia seus agressores, segundo enquete que apontou 69% de concordância com essa afirmação. Outros 26% acreditam que as denúncias ocorrem apenas em casos extremos, enquanto 5% dizem que as vítimas denunciam as agressões. Dados do Instituto Datafolha corroboram essa percepção: 91,8% das agressões contra mulheres foram testemunhadas por outras pessoas, sendo 86,7% do círculo social ou familiar da vítima. Mesmo assim, 47,4% das vítimas não denunciaram nem buscaram ajuda institucional ou pessoal.
A interação nas redes sociais confirmou esse panorama. “Como psicanalista, atendo mulheres em situações de relacionamento abusivo e posso afirmar que a maioria das vítimas não denuncia”, afirmou Eliane Duarte. A leitora Angélica Costa também compartilhou sua experiência: “Verdade, eu mesma não denunciei por medo”. Já Márcia Santana comentou. “Eu falava para a minha amiga denunciar. Ela falava que não queria porque tinha medo”.
Os dados refletem uma realidade já registrada por pesquisas. Um levantamento do Instituto Datafolha, encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado pela Agência Brasil em março deste ano, revelou que 91,8% das agressões contra mulheres nos últimos 12 meses foram testemunhadas por outras pessoas. Dentre os presentes, 86,7% pertenciam ao círculo social ou familiar da vítima.
Apesar da presença de testemunhas, 47,4% das vítimas decidiram não denunciar nem procurar ajuda de instituições ou pessoas próximas. O perfil dos que presenciaram os episódios de violência inclui amigos ou conhecidos (47,3%), filhos (27%) e outros parentes (12,4%).
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