Com raízes em MS, Lorena Viezel conquista espaço na elite do vôlei brasileiro
Atleta concede entrevista exclusiva ao Campo Grande News enquanto está no Japão para a Liga das Nações
Há doze anos fora de Mato Grosso do Sul, a jogadora de vôlei, central da Seleção Brasileira de Vôlei, Lorena Giovana Viezel, de 26 anos, contou ao Campo Grande News como foi o seu início de carreira. Natural de Ponta Porã, a cerca de 320 quilômetros da Capital, a central veio morar em Campo Grande logo quando criança, onde estudou na Escola Estadual Joaquim Murtinho, aos 11 anos, e passou a jogar vôlei como uma atividade extracurricular.
RESUMO
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A jogadora de vôlei Lorena Giovana Viezel, de 26 anos, natural de Ponta Porã, compartilhou sua trajetória no esporte ao Campo Grande News. Desde os 11 anos, quando começou a jogar vôlei em Campo Grande, até sua convocação para a Seleção Brasileira, Lorena destaca a importância do apoio ao esporte em Mato Grosso do Sul. A atleta, que se profissionalizou em São Paulo, se prepara para o Mundial na Tailândia e enfatiza a necessidade de incentivo a jovens talentos. Ela relembra como o vôlei transformou sua vida e ressalta que cada ajuda, por menor que seja, pode fazer a diferença na formação de cidadãos e atletas.
Ainda naquele ano, Lorena foi convidada para estudar em outros colégios para participar do time de voleibol, e jogar o campeonato estadual. Este campeonato trouxe à jogadora a possibilidade de participar de uma peneira em São Paulo. Apesar de passar nos testes, a atleta era jovem demais e não poderia ficar nos alojamentos.
Ainda adolescente, Lorena fez um teste em São José do Rio Preto e passou. "Eles pegaram a briga, né?! Eu digo isso porque eu ia fazer 14 anos, e fiquei no alojamento das juvenis, e elas tinham todas 18, 19 ou 20 anos", contou a central. Foi em São Paulo que a atleta começou a se profissionalizar no esporte.
Em 2021, a atleta ingressou na seleção adulta como convidada e no ano seguinte foi convocada. "Tem sido muito gratificante, agregou muito na minha carreira estar com essas meninas, na Elite do vôlei, conhecendo e aprendendo cada vez mais", disse Lorena.
Ao ser questionada sobre o Mundial, que inicia no próximo mês, na Tailândia, a atleta relata que todas as jogadoras estão com o sonho e o objetivo muito claro. "É uma coisa muito importante. Acho que nada é garantido, né?! Mas a gente sabe que nosso objetivo está ali estamos brigando por isso, treinando, se preparando. Tem muita coisa pela frente ainda, mas estamos muito confiante", declarou ela.
Como a atleta saiu muito cedo dos braços maternos, a família vive com o coração "apertadinho", mas com orgulho de vê-la crescer dentro do esporte e como mulher. "Eu senti muita saudade. Quando ela consegue vir, ela vem... Quando dá, a gente é que vai. É assim, a distância. Esse foi mais um aniversário que estamos passando longe dela", disse a mãe Quênia Viezel, de 43 anos, a reportagem.
A atleta detalha que toda a família é de Mato Grosso do Sul, e para vê-los é preciso pedir uma folguinha a mais para o técnico. "Para Ponta Porã só tem um voo por dia, então acaba que não consigo tantas opções para ir. Então preciso de pelo menos três a quatro dias para aproveitar um pouquinho né?! Sentar e conversar sem estar tão cansada. Mas é um pouco difícil", explicou.
A jogadora destaca a importância do incentivo ao esporte, especialmente em estados como o dela, onde ainda há pouca estrutura e apoio para jovens atletas. Com um tom de gratidão e esperança, ela relembra o início da própria trajetória, marcada por projetos sociais e pessoas que, mesmo sem grandes recursos, acreditaram no potencial dela e de outras meninas.
"Teve gente que colocou o que tinha para ajudar a gente", afirma, ao destacar que foi o vôlei quem a tirou de uma realidade difícil e a levou a representar o Brasil. Para ela, cada espaço e oportunidade oferecidos fazem a diferença e podem transformar vidas, como transformaram a dela.
Com uma visão amadurecida e sensível, a atleta reconhece que sua conquista não foi alcançada sozinha, e sim com a ajuda de muitos. Ela reforça que nem todos terão a mesma sorte ou caminho, e por isso é essencial que haja incentivo concreto, tanto do poder público quanto de pessoas comuns que acreditam na força do esporte como ferramenta de transformação. “Não precisa ser algo grandioso, pode ser ajudar com uma passagem, uma rifa ou abrir um projeto”, diz.
Para finalizar a entrevista, a central destacou que é preciso enxergar o esporte como um meio de formar não apenas atletas, mas cidadãos preparados para o mundo.
A atleta está no Japão com a Seleção Brasileira de Vôlei disputando as quartas de final da Liga das Nações Feminina. Nesta quinta-feira (24), o time joga contra a Alemanha, às 14h (de MS).
Para agosto, a seleção já tem data marcada para entrar em quadra no Mundial. O time estreia no dia 22 contra a Grécia. A atleta foi inscrita para participar da competição.
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