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Esportes

Corredoras enfrentam desafio de percurso na montanha na Patagônia

Mariana Lopes | 01/04/2014 16:02
Elas treinam em estrada de Rochedinho (Foto: Arquivo pessoal)
Elas treinam em estrada de Rochedinho (Foto: Arquivo pessoal)

Na próxima semana, dia 8 de abril, duas campo-grandenses embarcam para a Argentina em busca de um grande desafio: encarar uma corrida em uma montanha na Patagônia.

A arquiteta Camila Maricato, 32 anos, participará do percurso de 10 quilômetros, sendo 360 metros de subida bastante íngreme. A outra competidora é a médica veterinária Simone Arruda, 51 anos, que irá fazer um percurso de 21 quilômetros, com 800 metros de subida.

A prova promete ser de fato um desafio para as corredoras. “A gente não sabe o que vai encontrar lá, é tudo muito diferente, a começar pelo clima”, considera Simone. Segundo as pesquisas que elas fizeram, a temperatura no dia da prova deve ficar perto dos 10ºC.

Sem contar a chuva e a altitude, que é bem maior do que no Brasil. “Estamos até indo uns dias antes para nos adaptarmos melhor ao clima”, afirma Simone. Durante o percurso, os participantes ainda devem encontrar trechos com neve, cascalho e grama.

A corrida é no dia 12, em uma montanha localizada na cidade de San Martin de Los Andes, próximo a Bariloche, onde elas ficam até o dia 15.

Ansiedade – À medida que o dia da prova se aproxima, a ansiedade da dupla aumenta. Mas elas garantem: “Nós temos segurança e estamos prontas para encarar esse desafio”.

Mas ainda assim o frio na barriga é inevitável. “Fiquei com um pouco de medo em alguns momentos, porque durante os treinos aparecem alguns obstáculos, já tivemos problemas de machucar o quadril, eu tive uma lesão no joelho, tudo isso nos preocupa”, pondera Camila.

Veterana, Simone está um pouco mais tranquila, mas isso não elimina totalmente a ansiedade. Mas até nestas horas, as corredoras ressaltam que controlar os ânimos é importante para não influenciar no desempenho.

Camila e Simone correm aproximadamente de 6 a 8 quilômetros, quatro vezes na semana (Foto: Pedro Peralta)
Camila e Simone correm aproximadamente de 6 a 8 quilômetros, quatro vezes na semana (Foto: Pedro Peralta)

Treino – E por falar em desempenho, para ter bons resultados é preciso dedicação. Há mais ou menos quatro meses, elas passaram a treinar com mais determinação e foco para a corrida na Patagônia. Elas correm aproximadamente de 5 a 8 quilômetros, quatro vezes na semana.

“Treinamos em rua daqui de Campo Grande mesmo e também em Rochedinho, procuramos terrenos similares ao que vamos correr lá, mas ainda assim é bem diferente a altitude”, explica Simone.

Além da corrida, elas também fazem musculação e têm acompanhamento com um nutricionista que adapta, por semana, a dieta de cada uma de acordo com o treino.

O cuidado com o corpo também tem que ser redobrado para não se machucar. “Qualquer deslize pode nos tirar da prova”, enfatiza Camila. E para evitar isso, a receita das corredoras é ficar atenta aos avisos do corpo.

“A gente procura não exigir do organismo quando ele pede limite, mas para isso tem que estar atento aos sinais de alerta do nosso próprio corpo”, ressalta Camila.

Investimento – Mas para encarar um desafio desses não basta apenas ter disposição e preparo físico. Muitas vezes, para bancar uma corrida dessas, é preciso colocar a mão no bolso e investir.

O principal investimento delas foi com acessórios e equipamentos, como mochila especial para armazenar água e gel de reposição mineral, apito, casaco corta-vento, tênis específico para trilhas e também luvas especiais.

Além do valor investido também na matrícula, nas passagens, diárias em hotel, alimentação, transporte. Segundo Camila, cada uma desembolsou aproximadamente R$ 4 mil.

“Além disso, são muitas exigências burocráticas que precisamos, como por exemplo, ter que levar um atestado médico de aptidão física e entregar na hora que pegar o kit corrida, então precisa de planejamento”, conta Camila.

O grupo de corrida Corra na torcida pelas integrantes que vão participar da prova na Patagônia (Foto: Pedro Peralta)
O grupo de corrida Corra na torcida pelas integrantes que vão participar da prova na Patagônia (Foto: Pedro Peralta)

Preocupação - A preocupação maior do treinador delas não é nem o preparo, pois acredita que as duas têm condições de sobra para vencer mais esse desafio. O receio é sim com a situação climática e natural da Patagônia. “Elas já vão sair de uma parte alta e subir mais, a altitude é muito diferente daqui”, pontua o treinador do grupo de corrida Corra, José Carlos Rigo Alves.

Assim como o treinador, o grupo inteiro confia nas duas representantes e vai ficar na torcida para que elas tenham um bom desempenho. “Esse é o bacana do grupo de corrida, a galera incentiva, apoia, para cada um atingir a sua meta”, relata José Carlos.

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