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Esportes

Na escolinha, crianças em busca de um sonho: ser jogador de futebol

Paulo Nonato de Souza | 19/04/2017 09:12
Os ex-jogadores Robson Ferreira, Gilmar Calonga e Paulo Rezende no papo com a garotada na unidade da escolinha no Aero Rancho (Foto: Marcos Ermínio)
Os ex-jogadores Robson Ferreira, Gilmar Calonga e Paulo Rezende no papo com a garotada na unidade da escolinha no Aero Rancho (Foto: Marcos Ermínio)

A escolinha de futebol, salvo raríssimas exceções, é por onde começa a carreira de qualquer menino brasileiro que sonha ser um jogador profissional. Foi assim, por exemplo, com os ex-jogadores Paulo Rezende (o ex-lateral-direito Paulinho) e Gilmar Calonga (o ex-meia Gilmar), ídolos das torcidas de Operário e Comercial nas décadas de 1980 e 1990, que nesta terça-feira, 18, participaram dos treinos da Escola Pública de Futebol, ao lado do também ex-jogador, Robson Ferreira, no campo do Parque Ayrton Senna, no bairro Aero Rancho.

“A preocupação da escolinha não é só descobrir talentos, mas principalmente com o ser humano, ajudar na socialização dessa molecada para que sejam pessoas conscientes dos seus direitos e deveres”, disse o ex-lateral Paulinho.

No campo do Parque Ayrton Senna, o núcleo do projeto é comandado pelo ex-zagueiro Robson Ferreira, ex-Cene, CRB de Alagoas e Joinville (SC), e ontem à tarde ele recebeu a companhia de Paulinho e Gilmar, que também atuam no projeto da Funesp (Fundação Municipal de Esporte e Lazer) e foram até lá contar histórias do futebol local e de suas carreiras para a criançada.

“A escolinha é onde o garoto começa a ter noção dos fundamentos do futebol, principalmente quando ele passa pelas mãos de ex-jogadores. Na escolinha ele aprende a bater na bola, dominar, chutar com pé direito, pé esquerdo. Quando ele sobe para o time principal só tem que dar continuidade ao que aprendeu antes”, comentou Paulinho.

O projeto da Escola Pública de Futebol foi lançado no início deste mês de abril com expectativa de reunir até mil crianças com idade de 10 a 14 anos de idade. Com inscrições gratuitas e sem mensalidade, duas semanas depois de iniciado, por enquanto são apenas 300 crianças nos treinos que acontecem em oito locais diferentes, entre parques e praças de esportes.

“A procura tem sido baixa, infelizmente, mas ainda estamos apenas no começo. Penso que isso é até normal, e vejo como reflexo do futebol profissional em Campo Grande. Os pais estão preferindo levar os filhos para treinar em outros centros onde o futebol é mais forte e competitivo”, avalia Gilmar Calonga. “Esta não é a primeira vez que trabalho com crianças. Entre 2009 e 2014 trabalhei em um projeto social na cidade de Costa Rica”, frisou.

Fernando, de 14 anos, é torcedor do São Paulo e fã do Santos, e se espelha em Neymar (Foto: Marcos Ermínio)
Fernando, de 14 anos, é torcedor do São Paulo e fã do Santos, e se espelha em Neymar (Foto: Marcos Ermínio)
Vinícius, de 12 anos, é torcedor do São Paulo, e fã de Neymar (Foto: Marcos Ermínio)
Vinícius, de 12 anos, é torcedor do São Paulo, e fã de Neymar (Foto: Marcos Ermínio)

Duas promessas - Nas duas semanas de atividades, dois garotos – Fernando, de 14 anos, e Vinícius, de 12 anos de idade - já começam a despontar no núcleo da escolinha no Ayrton Senna. No que depender deles, os professores podem ficar orgulhosos do trabalho que estão realizando. Habilidosos com a bola e fãs de Neymar e Messi, ambos disseram que estão adorando participar da escolinha.

“Aqui a gente aprende o jeito certo de dominar e bater na bola”, disse Fernando, que revelou ser torcedor do São Paulo e fã do Santos. “Gosto do jeito de jogar do Santos”, explicou.

Baixinho, Vinícius acha que terá chances como atacante e parece muito determinado a fazer carreira no futebol. “Quando acaba o treino eu sempre quero continuar, e fico torcendo para chegar logo o dia de voltar”, comentou. “Eu vou ser jogador profissional”, garantiu.

Várias crianças treinam descalças ou apenas um pé calçado; elas socializam as chuteiras (Foto: Marcos Ermínio)
Várias crianças treinam descalças ou apenas um pé calçado; elas socializam as chuteiras (Foto: Marcos Ermínio)

Com os pés descalços - O projeto fornece os coletes e as bolas, itens cedidos pelo Banco Sicredi, parceiro da iniciativa da prefeitura. O restante do material – calção, meião e chuteira soçaite ou tênis – é por conta das crianças, mas nem todos os pais podem comprar, e muitas delas participam dos treinos descalças ou apenas um pé calçado com chuteira. “A gente se vira como pode, né. As vezes a gente divide o par de tênis e cada um usa um pé”, disse Vinícius.

Segundo o coordenador do projeto, Bruno Nóbrega, a Escola Pública de Futebol funciona fora do horário normal de aula das crianças. Foram formados núcleos de quatro turmas, duas no periodo matutino e duas no vespertino, todas às terças e quintas-feiras das 8h às 10h e das 15h às 17h no Parque Ayrton Senna, Parque Jacques da Luz, Parque Tarsila do Amaral, Parque Sóter, Praça Elias Gadia, Praça Belmar Fidalgo, Centro Olímpico Ruy Jorge da Cunha e Ginásio Guanandizão.

Pela programação da Funesp, Gilmar Calonga atua na Praça de Esportes Elias Gadia, Paulo Rezende no Guanandizão e Robson Carvalho no Parque Ayrton Senna. Além dos três ex-jogadores, o projeto ainda conta com Ernani Tomaz da Silva, Geraldo Mitsuo Harada, Rafael Vicente Edson Pereira, Romilda Campo, Rudney Correia e Wagner da Silva Carvalho.

Garotada levando à sério os treinos; são 300 crianças em oito núcleos da Escola Pública de Futebol (Foto: Marcos Ermínio)
Garotada levando à sério os treinos; são 300 crianças em oito núcleos da Escola Pública de Futebol (Foto: Marcos Ermínio)
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