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Esportes

Sem público, clubes da Capital têm prejuízo de até R$ 4 mil no Morenão

Helton Verão | 20/02/2014 17:42
Aluguel do estádio se junta ao INSS, porcentagem à FFMS, ambulância, segurança, entre outras despesas. Entre os valores registrados a média de prejuízo por jogo varia de R$ 2 mil à R$ 4 mil (Foto: Cleber Gellio)
Aluguel do estádio se junta ao INSS, porcentagem à FFMS, ambulância, segurança, entre outras despesas. Entre os valores registrados a média de prejuízo por jogo varia de R$ 2 mil à R$ 4 mil (Foto: Cleber Gellio)

Muito mais do que a falta de apoio da torcida nas arquibancadas no estádio Pedro Pedrossian, os três clubes de Campo Grande, que estão na série A, do Campeonato Sul-Mato-Grossense tem o desgosto maior do que não ter público, o prejuízo de mandar seus jogos no Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão. Afinal para mandar uma partida no local chega ser até 1.625% mais caro do que as partidas no Interior. O que mais pesa para os clubes é o valor do aluguel, que varia de R$ 1,4 mil, se a partida for à luz do dia e pode chegar a R$ 2,9 mil se realizada a noite. Assim uma partida no estádio pode custar até R$ 7 mil.

Esses valores se unem ao INSS, porcentagem à FFMS (Federação de Futebol de MS), ambulância, seguranças, entre outras, além de impressão de ingressos que não entra nesta lista. A média de prejuízo por jogo varia de R$ 2 mil à R$ 4 mil se o número de torcedores não passar de mil na arquibancada.

Para os clubes do Interior, como os estádios são municipais, as suas respectivas prefeituras isentam os clubes desse aluguel. “É um dinheiro que poderíamos usar na contratação de um jogador, deviam ter uma flexibilidade, a UFMS isentar por exemplo, pelo menos até os clubes voltarem a ter torcida”, recomenda o diretor de futebol do Cene, Paulo Telles.

O diretor lembra que muitos torcedores questionam o potencial técnico da modalidade aqui e que esse aluguel do estádio derruba o orçamento de qualquer clube do Estado. “Falta sensibilidade, estamos rendidos a jogar só no Morenão. O torcedor já não prestigia e então não conseguimos pagar as contas”, lamenta Telles.

Para partidas nacionais a situação piora, pois os clubes são obrigados a fazer exame anti dopping e arcar com o quadro de arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). “Na Copa Verde não sabemos ainda se vamos precisar do exame, mas a arbitragem tem que ser CBF, que já é mais R$ 6 mil, o anti dopping na Copa do Brasil é exigido, um custo de mais R$ 2,5 mil”, lista o diretor.

O Cene já tentou liberar o Olho do Furacão para partidas realizadas a luz do dia, mas os laudos do Corpo de Bombeiros não foram aprovados ainda.

Outro clube da Capital, o Comercial, já cogita mandar jogos no estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas, para isso depende de liberação dos laudos e também da Prefeitura Municipal. “Já não temos apoio normalmente e ainda estamos refém do estádio Morenão. Pedimos o Jacques da Luz à Prefeitura mas até agora não foi liberado”, critica o diretor de futebol do Colorado, Sandro Muzzi.

O dirigente revela que esse gasto se junta aos salários dos atletas e funcionários. “Está tudo embutido nos gastos dos salários do clube”, revela Muzzi.

De todos os jogos realizados no Morenão em 2014, poucos conseguiram passar do status de negativo para posivito, coincidência ou não, ambos do Novoperário, o primeiro clássico com o Comercial, que teve um público de pouco mais de 1,3 mil pessoas, conseguiu pagar as contas da partida. Todos os gastos da partida chegaram a R$ 9 mil e o arrecadado passou os R$ 15 mil. Contra o Cene no último domingo, 377 pessoas pagaram e o clube conseguiu arcar com os gastos e até lucrar R$ 100. Sorte do Novo Galo.

Os borderôs das partidas são todos apresentados à FFMS e postados no site da entidade e conta com números curiosos, como o caso da partida entre Itaporã e Urso, nesta quarta-feira (19), que teve apenas 105 pagantes, arrecadando pouco mais de R$ 900, para apenas R$ 200 de gastos. Vale lembrar que no documento apresentado não constam valores para ambulância e segurança, o que é uma exigência da Federação.

Na próxima rodada, o clube que tentará ‘a sorte’ de arcar os gastos de uma partida no estádio Morenão é o Novoperário, o clube recebe o Misto, de Três Lagoas, no domingo, às 15 horas.

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