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Esportes

Tiro Esportivo Adaptado, mais do que precisão no alvo, integração social

Paulo Nonato de Souza | 19/09/2017 16:15
Equipe sul-mato-grossense de Tiro Esportivo Adaptado. Só no Sul-Americano realizado este mês no Rio foram seis medalhas conquistadas (Foto: Divulgação)
Equipe sul-mato-grossense de Tiro Esportivo Adaptado. Só no Sul-Americano realizado este mês no Rio foram seis medalhas conquistadas (Foto: Divulgação)

Mais do que precisão na pontaria para acertar o alvo, um objetivo de vida, disciplina, concentração e inclusão social. Assim é o Tiro Esportivo Adaptado, uma modalidade que em Mato Grosso do Sul tem até uma entidade própria, a ARPP (Associação de Reabilitação e Paradesporto Pantanal), criada em 2003 pela Polícia Militar para acolher militares aposentados por acidente de trabalho, depois abriu para a população em geral e atualmente tem cerca de 90 associados.

“Somos 18 atletas na equipe de tiro com ar comprimido que representa Mato Grosso do Sul em diversas competições pelo Brasil a fora, todos com algum tipo de deficiência física, mas na associação são mais de 90 pessoas que frequentam o nosso centro de convivência para tomar um tereré e bater papo”, disse Benedito Santa da Silva, presidente da ARPP, entidade com sede em uma casa alugada na Rua da Enseada, 1.146, no bairro Coophavilla II, em Campo Grande.

Segundo ele, o Tiro Esportivo Adaptado, como em qualquer outra modalidade, exige estrutura de treinamento e preparação, e a estande de tiros da ARPP na Cophavilla II não oferece condições adequadas, mas mesmo assim é o melhor espaço para a prática de tiro de ar cumprido de Mato Grosso do Sul.

“O Tiro Esportivo é um esporte caro, os equipamentos, munição, roupa apropriada, tudo é importado, e assim vamos aos trancos e barrancos, mas somos a melhor equipe na modalidade de tiro esportivo adaptado do Brasil pelo terceiro ano consecutivo”, disse Benedito Santana da Silva.

Benedito Santana, no centro de convivência da ARPP na Coophavilla II, em Campo Grande (Foto: Arquivo pessoal)
Benedito Santana, no centro de convivência da ARPP na Coophavilla II, em Campo Grande (Foto: Arquivo pessoal)

O próximo desafio será a disputa do Campeonato Brasileiro no mês de novembro no Rio de Janeiro. No início deste mês, também no Rio, a equipe sul-mato-grossense de para-atletas disputou a Copa Sul-Americana de Tiro Esportivo e voltou com seis pódios. Antes, em junho, participou da primeira Copa Brasil de Tiro Esportivo Adaptado, em Brasília.

“No Sul-Americano fomos com uma equipe reduzida a oito atiradores, e conquistamos seis medalhas, em novembro voltaremos ao Rio com equipe completa e as nossas possibilidades aumentam”, comentou Benedito Santana.

Histórico - No Brasil, o Tiro Esportivo começou a ser praticado em 1997, no Centro de Reabilitação de Polícia Militar do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o País foi representado pela primeira vez em um torneio internacional, realizado na cidade espanhola de Santander. Em 2002, o Comitê Paraolímpico Brasileiro investiu em clínicas da modalidade para sua difusão no Brasil.

O tiro exige precisão apurada. O Comitê de Tiro Esportivo do Comitê Paraolímpico Internacional é responsável por administrar a modalidade. As regras das competições têm apenas algumas adaptações. Pessoas amputadas, paraplégicas, tetraplégicas e com outras deficiências locomotoras podem competir tanto no masculino como no feminino.

As regras variam de acordo com a prova, a distância, o tipo do alvo, posição de tiro, número de disparos e o tempo que o atleta tem para atirar. Em cada competição as disputas ocorrem numa fase de classificação e numa final. As pontuações de ambas as fases são somadas e vence quem fizer mais pontos.

O alvo é dividido em dez circunferências que valem de um a dez pontos e são subdivididas, cada uma, entre 0.1 e 0.9 pontos. A menor e mais central circunferência é a que vale mais, dez pontos. Sendo assim, o valor máximo que pode ser conseguido é de 10.9.
A tecnologia está sempre presente na modalidade. Nem as roupas e as armas utilizadas fogem da evolução tecnológica.

Há uma diferença das vestimentas nas provas para cada tipo de arma. Nas competições de rifle, por exemplo, é necessário usar uma roupa com a espessura estipulada pela ISSF (International Shooting Sport Federation). Em eventos de pistola, os atiradores só são obrigados a usar sapatos especiais feitos de tecido, que dão mais estabilidade aos atletas.

Rifles e pistolas de ar, com cartuchos de 4.5mm, são utilizados nas provas de 10 metros de distância. Já nos 25 metros, uma pistola de perfuração é utilizada com projéteis de 5.6mm. Rifles de perfuração e pistolas são as armas das provas de 50m, também com as balas de 5.6mm de diâmetro.

Benedito Santana da Silva com sua arma de tiro ar comprimido, um dos equipamentos importados para a prática de Tiro Esportivo (Foto: Arquivo Pessoal)
Benedito Santana da Silva com sua arma de tiro ar comprimido, um dos equipamentos importados para a prática de Tiro Esportivo (Foto: Arquivo Pessoal)
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