Contagem regressiva
Movimentação
A decisão do governador André Puccinelli de permanecer mais tempo na Capital leva em conta a intrincada engenharia política à véspera do prazo para confirmação de endereço partidário de pretensos candidatos às eleições municipais de 2012.
A rearrumação na base governista tem um ingrediente a mais. Busca acomodar os pré-candidatos em 2012, mas também esboça prováveis candidaturas em 2014. Nos dois casos, sobram pretendentes.
Conselheiro
O deputado Londres Machado, comandante do PR, discute com o governador André Puccinelli o ‘empréstimo’ do deputado Edson Giroto para que o PMDB possa encabeçar chapa à sucessão do prefeito Nelsinho Trad. Muito dificilmente Londres deixará de atender a um pedido de André. Eventual transferência de Giroto ao PMDB custaria, no mínimo, a manutenção do PR no grupo político do governador.
Veredito
Agenda do governador na sexta-feira reserva horário para audiência ao deputado federal Edson Giroto. Coincidência ou não, sexta-feira é o prazo para definição partidária.
Surpresa
Alguns petistas se disseram surpresos, ontem, diante da declaração do ex-governador Zeca do PT de que estava recolocando seu nome na disputa da Prefeitura da Capital. Ninguém tem dúvida sobre o peso político-eleitoral de Zeca, mas havia a informação de sua nomeação para cargo no Paraguai.
O ex-governador não escondeu a irritação ao saber que o ex-candidato a senador e presidente regional do PDT, Dagoberto Nogueira, havia discorrido sobre seu futuro político em entrevista na Assembleia Legislativa, descartando a pré-candidatura dele na Capital.
Motivação
Nos bastidores, já versões diferentes sobre a retomada da pré-candidatura do ex-governador Zeca do PT. Acredita-se que a configuração do quadro diante das movimentações partidárias reacendeu a motivação pela disputa, que teria sabor de revanche, como também especula-se que a família não teria concordado com a ideia do ex-governador se isolar em um gabinete fora do Estado e do país.
Test drive
O PMDB de Porto Murtinho lançou, meio que timidamente, a pré-candidatura da vice-prefeita Rosangela Silva Baptista à sucessão de Nelson Cintra (PSDB). O governador André Puccinelli concordou, deixando claro, no entanto, que “política é muito dinâmica” e a manutenção do quadro vai depender de pesquisas.
Puccinelli esteve na cidade com o senador Waldemir Moka e o secretário Carlos Marun para alinhavar aliança com PDT, PPS, DEM, PP, PR, PSDB, PV e PTN. E deixou uma recomendação: conversar.
Estragos
A passagem de André Puccinelli por Murtinho causou baixas no PT e no PR. O ex-prefeito Abel Proença assinou ficha de filiação no PMDB. A mulher, Fátima Vidotte, deixou o PR para reforçar o partido do governador.
Neófito
Se o quadro se afirmasse hoje na cidade do ex-governador Zeca do PT, a disputa ficaria restrita ao bloco liderado pelo PMDB e o PT. Por fora, correria o presidente do Sindicato Rural de Porto Murtinho, Italivio Coelho Neto, que deixou o PTB para se lançar pré-candidato a prefeito pelo PSB.
Vestibular
Cada partido poderá lançar em 2012 até 57 candidatos à Câmara de Campo Grande. Considerando que ao menos sete partidos chegarão estruturados às convenções, no mínimo 399 candidatos vão concorrer a uma das 29 cadeiras de vereador.
Cobertor
A projeção de crescimento da receita de Campo Grande e a margem de suplementação prevista na proposta encaminhada à Câmara, deixa o Poder Legislativo convencido de que não haverá dificuldades em agasalhar os novos vereadores. Campo Grande terá oito novas cadeiras, passando das atuais 21 para 29. Em todo Estado, tomarão posse em 2013 cerca de 414 vereadores, 71 a mais que os atuais 343. No caso do interior, os orçamentos não são tão robustos.
