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Máfia do Cigarro cita delegados em tabela da propina, segundo PF

Marta Ferreira e Anahi Zurutuza | 09/06/2020 06:00
Trecho de denúncia contra oficiais da PM diz que PF encontrou citações a delegados em tabelas apreendidas com integrantes da Máfia do Cigarro. (Foto: Reprodução de processo)
Trecho de denúncia contra oficiais da PM diz que PF encontrou citações a delegados em tabelas apreendidas com integrantes da Máfia do Cigarro. (Foto: Reprodução de processo)

Alto escalão – Quando a Polícia Federal fez, há poucos dias, nova fase da operação de combate ao envolvimento de agentes de segurança pública no contrabando de cigarros em Mato Grosso do Sul, e mirou sete policiais civis, dois deles aposentados, uma pergunta ficou no ar, inclusive entre integrantes da Corporação que defendem punição irrestrita: “Não há delegados citados?”. Há, segundo levantou a coluna.

Onde?  -  A informação consta da denúncia de 176 páginas feita à Justiça contra seis oficiais da Polícia Militar, acatada pela Auditoria Militar nesta segunda-feira (8), por envolvimento com a “Máfia do Cigarro”. No documento, existe a informação de que as investigações da PF apreenderam tabelas nas quais delegados são citados em mais de uma ocasião.

Nomenclatura –  O texto que consta da peça processual afirma que durante a Operação Nepsis, fica clara a diferenciação usada pelos cigarreiros quando se referem a delegados e a oficiais militares. As autoridades da Polícia Civil, são chamadas de doutores, as da PM de chefe.

Literal - “Importante registrar que a organização criminosa quando se refere aos Delegados de Polícia, o que ocorre em mais de uma tabela, sempre o faz pelos vocativos “Doutor” ou “Dr”, a indicar que a expressão “Chefe” é utilizada para a corporação Polícia Militar”, está escrito no documento.

Valores – Para a PF, o policial civil Gilvani da Silva Pereira, que chegou a ser preso em 2018, é o homem de confiança do grupo criminoso para pagar as propinas no cone-sul, área de atuação dessa organização criminosa. Tabela apreendida com ele, conforme consta do processo, indica pagamento de R$ 774 mil em propina. Na denúncia apresentada esta semana, usando informações compartilhadas pela investigação na esfera federal, é possível ver nomes em código com a sigla “PC”. Parte deles está coberta de preto.

Negado – O procurador de Justiça e pastor Sérgio Harfouche tentou, mas não conseguiu, ao menos em caráter liminar, tirar do ar texto publicado pela coluna Justificando, da revista Carta Capital. O artigo com o título “Procurador de Justiça do Mato Grosso do Sul envergonhou Estado Democrático de Direito” é de “teor absolutamente depreciativo à imagem do autor”, alega a defesa de Harfouche no processo.

Reunião polêmica – O texto trata de reunião sobre evasão escolar convocada pelo procurador sob pena de multa de R$ 18 mil para quem não comparecessem. Pais lotaram o Douradão no dia 25 de maio de 2017. A palestra de Harfouche terminou com “a expulsão da feitiçaria” e abriu, mais uma vez, a polêmica sobre o Estado Laico, conforme noticiado à época pelo Campo Grande News.

Decisão – Em outubro do ano passado, o juiz Wilson Leite Corrêa, da 5ª Vara Cível de Campo Grande, não viu motivos para deferir o pedido liminar. Para ele, “a notícia tal como veiculada atende ao desiderato de caráter informativo e existe referência a fatos que haviam sido divulgados anteriormente pela imprensa”.

Ressarcimento  – Correm agora prazos para contestações. O procurador também pleiteia indenização por danos morais de no mínimo R$ 100 mil em razão da divulgação do material pela revista.

Comparação - O deputado federal Fabio Trad (PSD/MS) comentou em seu Twiiter, o fato de o ex-ministro Sérgio Moro ter usado a mesma figura de linguagem que ele para criticar o governo Bolsonaro. Ambos falaram de avião sem controle em meio a tempestade. "É impressão minha ou o Moro está concordando comigo", publicou o parlamentar de MS.



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