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Jogo Aberto

Policiais ficam hostis quando notícia não é a que eles querem

Waldemar Gonçalves | 22/01/2016 06:00

Policiais ou editores? – Apontar eventuais falhas da polícia não é ser favorável a bandidos. Pelo contrário, faz parte da obrigação da atividade jornalística. Parece elementar, mas, para alguns policiais, soa a ofensa qualquer notícia que, por um motivo ou outro, os desagradem. Agem como se a farda, além de poder, os desse a capacidade de serem editores infalíveis, inquestionáveis – configurando justamente o inverso. Foi o que aconteceu ontem, quando o Campo Grande News mostrou policiais civis usando viatura policial para participarem de ato de apoio a PMs presos.

Noticiados – Os policiais militares foram presos em flagrante porque, conforme a Corregedoria da PM, exageraram na abordagem a um adolescente. A defesa se baseia na alegação de falta de provas. Em primeira instância, o entendimento foi de que a tese não se sustenta. O caso seguiu para análise do Tribunal de Justiça, prevista para hoje. Todos esses fatos foram noticiados.

Dois pesos – De quarta para quinta-feira, por exemplo, a notícia “Prisão de PMs mobiliza colegas de farda contra ‘injustiça e arbitrariedade’”, em que apenas advogados e representantes de associações de policiais dão suas versões, ficou por pelo menos nove horas na capa do Campo Grande News. Nenhum comentário no WhatsApp, ninguém ligou dizendo-se policial para falar qualquer coisa. Quando “Policiais vão de viatura protestar no Fórum contra prisão de PMs” foi ao ar, no entanto, sentiram-se no direito de questionar o trabalho dos jornalistas.

Hostis – Questionar é verbo leve para explicar a reação de policiais. Deram as costas a equipes do jornal presentes para cobrir tal protesto, em duas ocasiões, além de xingarem os profissionais e agirem em tom de ameaça. Na redação, houve várias manifestações via WhatsApp. Até telefonaram com afirmações como “vocês teriam coisas mais importantes para falar” e, mais uma vez ameaçadoramente, “vocês estão avisados” do descontentamento por mostrar um possível ato irregular dos manifestantes.

Míopes – Espera-se que estes policiais não representem o pensamento de toda uma corporação. Espera-se que a miopia destes servidores públicos não reflita o entendimento da sociedade. Esta, por sua vez, não precisa de ninguém usando bem público em causa própria, seja lá de quem for esta causa. Inocentes ou culpados, condecorados ou não, PMs estão sujeitos ao processo legal como qualquer outro cidadão. Assim como os jornalistas seguem na missão de mostrar os diferentes lados de qualquer história.

Ema, ema, ema – O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), mostrou-se indiferente quando questionado sobre a situação dos ex-servidores da Prefeitura, que exerciam cargos em comissão na gestão de Gilmar Olarte e estão sem receber seus direitos trabalhistas desde a exoneração, em agosto do ano passado. “Aqueles que estiverem descontentes podem procurar a Justiça. Nós vamos priorizar quem está trabalhando”, disse em alto em bom som durante agenda na quarta-feira (20).

Juntos na campanha – Desafetos políticos declarados, Bernal e o deputado Lidio Lopes podem estar no mesmo palanque em Sidrolândia. Com as bênçãos de Bernal, o PP deve indicar o vice, o advogado Kennedy Migliorini, em chapa a ser encabeçada pelo empresário Haroldo Calves, pré-candidato a prefeito pelo PEN, partido do parlamentar. Kennedy, que foi assessor parlamentar na Assembleia, é presidente da Executiva Municipal do PP de Sidrolândia.

Tucanos – O deputado Beto Pereira vai puxar a fila da próxima temporada de troca-troca partidário. No próximo dia 25 ele assina ficha de filiação no PSDB. Entra no ninho tucano com a pretensão inicial de ser candidato a deputado federal em 2018. Quem também foi convidado para no PSDB foi o prefeito de Ivinhema.

Blocão – Partidos e lideranças políticas de Dourados já trabalham para repetir 2012 e formar um “blocão” para disputar a prefeitura da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. DEM, PSDB, PSB e outros partidos menores tentam se juntar para lançar apenas um candidato.

Com aval – A aliança teria aval do governador Reinaldo Azambuja, já que o PSDB dificilmente terá candidato a prefeito em Dourados. Por enquanto, os defensores do blocão não citam o PMDB de Geraldo Resende, que bate o pé afirmando que vai disputar a prefeitura a qualquer preço.

(com a redação)

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