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ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 24º

Arquitetura

Com piscina, pneus e galões, comerciante transforma loja em bar sustentável

Elverson Cardozo | 12/02/2015 07:23
Palco do B'otreco. (Foto: Marcelo Calazans)
Palco do B'otreco. (Foto: Marcelo Calazans)

Em menos de um mês e com cerca de R$ 5,7 mil no bolso, o comerciante Ednaldo Alves Santos, 35, de Campo Grande, transformou uma loja de presentes e utilidades, que mantinha no bairro Aero Rancho, em um bar sustentável.

A fachada ainda exibe o nome antigo, “La Banca”, mas quem entra no espaço já enxerga, de longe, a inscrição “B'otreco”, grafada no fundo de uma piscina velha, que serve para um palco feito de pallets.

Para reforçar que tudo no local é reaproveitado, Ednaldo, mais conhecido como “Mancha”, usou, na logo – que ele mesmo desenvolveu -, o símbolo da reciclagem no lugar do primeiro “o”. Nem precisaria.

Na entrada, o banner de boas vindas foi posicionado em cima de vários galões vazios de tintas, que foram recolhidos em uma fábrica. Eles estão presentes por todo o bar que é, na verdade, o quintal da casa de Ednaldo.

São 10 grandes e 143 pequenos. Os maiores serviram de mesas-bistrô. Os menores, de bancos. Juntos, formam cinco conjuntos, que se misturam às mesas de pallets e fazem com que o espaço comporte 140 pessoas sentadas.

Mas alguns galões também foram cortados ao meio e utilizados como luminárias. Há pelo menos 8 delas espalhas pelos muros. Para dar uma repaginada, Mancha colou apenas adesivos de cervejas e, na maioria deles, fez pinturas com tinta spray.

Mesas são de pallets e bancos são galões de tintas reaproveitados. (Foto: Marcelo Calazans)
Mesas são de pallets e bancos são galões de tintas reaproveitados. (Foto: Marcelo Calazans)

Tudo reaproveitado - Ele não quis mudar muito a cara dos materiais porque a intenção, diz, é mostrar que a reciclagem, ali, tem vez. E tem mesmo. No banheiro, o rolo de papel higiênico é colocado em um suporte de garrafa pet.

A pia, que fica do lado de fora, é feita com cinco pneus. A cuba é um galão de plástico, também de tinta. A lixeira é a parte de trás de um monitor antigo de computador. Os cinzeiros são discos de vinil torcidos no fogo.

O salão da frente, onde funcionava a loja de presentes e utilidades, foi transformado em um espaço de bilhar, com duas mesas. Recebeu tinta preta nas paredes e lâmpadas negras.

As brancas, fluorescentes, foram usadas para clarear o carpete verde. É uma luminária feita com antena de TV à cabo. Ednaldo fez tudo com a ajuda do amigo, o empresário Raphael Palhano Valério, de 23 anos, que sempre gostou de artesanato.

O Espaço de Bilhar, onde antes funcionava a loja. (Foto: Marcelo Calazans)
O Espaço de Bilhar, onde antes funcionava a loja. (Foto: Marcelo Calazans)

Ele, por outro lado, sempre foi criativo. “Sou de fabricar, de construir coisas, sou hiperativo. Quando você só compra e revende, não fabrica nada”, afirmou, se referindo à antiga loja, que vingou por 3 anos e 6 meses.

No bar, a dupla está trabalhando para ajeitar outros detalhes. O mascote do “B'otreco”, feito com pneus, foi finalizado. Os clientes que vão escolher o nome. Eles ainda pretendem colocar no quintal uma Kombi que, dizem, vai servir como bar.

Ednaldo e o amigo, Raphael. (Foto: Marcelo Calazans)
Ednaldo e o amigo, Raphael. (Foto: Marcelo Calazans)

São planos. Por enquanto não há nada definido. Ednaldo não tem cardápio e muito menos cozinheiro, mas adianta que vai vender comida tradicional de boteco. A ideia é atrair famílias inteiras do bairro e, também, gente que vive do artesanato.

A proposta é fazer do bar um ponto de venda colaborativo, para quem artistas coloquem trabalhos em exposição pelo menos uma vez na semana. E a música? “Regional, MPB e Pop”, responde.

O B'otreco ainda não foi inaugurado oficialmente. Isso deve acontecer no dia 8 de março, às 20h.

O bar fica na Avenida Costa Melo, 17 (quase esquina com a Avenida Rachel de Queiroz), no Aero Rancho. Outras informações podem ser obtidas no Facebook.

"Mancha" e o mascote, que ainda não tem nome. (Foto: Marcelo Calazans)
"Mancha" e o mascote, que ainda não tem nome. (Foto: Marcelo Calazans)
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