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Arquitetura

Inspirada nas casas de Córdoba, Maria cria lar para pendurar histórias na parede

A casa tem 60 anos e reflete o estilo da dona, inspirado em suas lembranças da Espanha

Thailla Torres | 25/02/2019 07:19
Maria queria residência para pendurar a própria história na parede. (Foto: Kìsie Ainoã)
Maria queria residência para pendurar a própria história na parede. (Foto: Kìsie Ainoã)

Ninguém passa indiferente à porta de entrada pintada de azul, numa casinha antiga da Vila Glória. A pintura é visivelmente recente, mas os vasos de plantas dão um ar tão delicado à fachada que não resta dúvidas que alguém ali vive apaixonada pelas cores. Batemos à porta e descobrimos o novo cantinho da professora e bailarina Maria Helena Pettengil, que decidiu transformar a casa da família em um espaço cultural.

O lugar é a nova sede do grupo de dança Embrujos de España, que há 30 anos é um intercâmbio da cultura espanhola e o flamenco. Mas também é a segunda casa da bailarina que há anos desejava criar um espaço que pudesse pendurar a própria história na parede.

Ninguém passa indiferente à porta azul. (Foto: Kìsie Ainoã)
Ninguém passa indiferente à porta azul. (Foto: Kìsie Ainoã)
Jardim feito pela mãe de Maria. (Foto: Kìsie Ainoã)
Jardim feito pela mãe de Maria. (Foto: Kìsie Ainoã)
Fachada ganhou novas cores no Vila Glória. (Foto: Kìsie Ainoã)
Fachada ganhou novas cores no Vila Glória. (Foto: Kìsie Ainoã)

Um passeio rápido pela sala faz descobrir por onde Maria viajou, através dos mais de 15 pratos de porcelana pintados à mão, de cidades da Argentina, Espanha e Marrocos, que agora trazem vida ao paredão branco.

Do outro lado da sala, mais história. Dessa vez com a coleção de leques preferidos que acompanharam Maria em suas apresentações. Mais em baixo, delicadeza que já sofreu desgastes com o tempo, mas não perdeu a fofura dos poás em suas estampas. “São os sapatinhos da minha filha, o primeiro deles eu trouxe da Espanha, durante minha primeira viagem. Depois surgiram novos destinos e novos sapatos, mas nunca quis me desfazer. Aqui está o crescimento dela, suas conquistas, um pedacinho da nossa história”.

Um quadro com mais de 20 anos também foi parar na parede e conta um pouco da história do pai. “Quando ele foi à Porto de Galinhas, conheceu um espanhol. Ficaram tão amigos que quando fui à Espanha visitei sua casa. Ainda naquele tempo, mandou pelos Correios esse quadro. Uma obra que tem 28 anos”, se orgulha.

Da sala ao banheiro, Maria não quis ser neutra. Escolheu cores que trouxessem vida. Também se opôs a investir em grandes reformas e usou sua criatividade, a do marido e de sua mãe como mão de obra. “Fizemos tudo no estilo faça você mesmo. Pintamos, fizemos os vasos, colocamos o papel de parede, construímos o tablado. Tudo isso juntos”.

Banheiro no estilo vintage. (Foto: Kìsie Ainoã)
Banheiro no estilo vintage. (Foto: Kìsie Ainoã)
Pratos colorem parede branca. (Foto: Kìsie Ainoã)
Pratos colorem parede branca. (Foto: Kìsie Ainoã)
Cantinho do banheiro com janela pintada. (Foto: Kìsie Ainoã)
Cantinho do banheiro com janela pintada. (Foto: Kìsie Ainoã)

Em cinco meses, Maria viu a casa que era de sua avó pronta. Há uma semana ela recebe o grupo de dança que nos últimos cinco anos ensaiou em uma sala fornecida pela “Só Dança Auxiliadora”. “Mas o destino e o momento certo nos trouxeram até essa casa. Um lugar para pendurar amor e arte na parede”.

O banheiro no estilo vintage também foi todo feito por ela, com aplicação de papel de parede comprado aqui mesmo e objetos de decoração antigos.

No camarim, postais de 1930 da Feira de Sevilha realizada na capital da Andaluzia, na Espanha. A influência espanhola tem sentido na vida Maria desde à infância. “Minha avó era filha de espanhóis e através dela conheci a cultura. Também crescemos sob influência da língua espanhola com nossos países vizinhos, por isso, sempre tivemos familiaridade”.

Ainda pequena, recorda dos momentos em que a avó pendurava a bandeira da Espanha na varanda de uma antiga casa no Centro. “Em dia de jogo da Espanha ela não deixava de decorar. Então sempre tive esse contato”.

Aos 12 anos começou a dançar, conheceu o balé clássico, jazz, sapateado americano, mas foi o flamenco que a transformou. “Sou graduada em Educação Física e fiz uma pós em Arterapia, e através do flamenco eu tenho trabalhado muito isso. E essa casa precisava transmitir essa paz e alegria, sem perder sua originalidade e história”.

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Tudo foi feito no estilo faça você mesmo. (Foto: Kìsie Ainoã)
Tudo foi feito no estilo faça você mesmo. (Foto: Kìsie Ainoã)
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