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Arquitetura

José repaginou o apartamento sem deixar de lado móveis e objetos queridos

O engenheiro agrônomo comprou tudo o que queria, mas ficou perdido na decoração e investiu no estilo high-low

Thailla Torres | 22/01/2019 08:44
Peças de design em contraste com mobiliário colorido que já fazia parte da vida do morador. (Foto: Fellipe Lima)
Peças de design em contraste com mobiliário colorido que já fazia parte da vida do morador. (Foto: Fellipe Lima)

Madeira de demolição, cortiça, um rádio antigo e outros materiais ganham vida nova, em diálogo com poltronas de design, iluminação sofisticada e novos revestimentos. O estilo high-low, a mistura de peças simples com peças sofisticadas, está em todos os cantos deste apartamento de 162 m², no Bairro Santa fé. E foi essa combinação que fez o engenheiro agrônomo José Rodrigues Pereira, de 57 anos, se sentir em casa de verdade.

Inicialmente, José não queria contratar arquiteto para decorar o novo apartamento comprado na planta. Com o atraso na entrega do imóvel, sobrou tempo para comprar boa parte dos móveis e objetos que desejava ter em casa. Mas quando pegou a chave nas mãos, se viu perdido, sem saber ao certo por onde começar a decoração, com medo de ver tudo sumir no exagero.

Foi nesse momento que a arquiteta Déborah Nazareth, da NZH Arquitetura, entrou em ação com uma tendência conhecida no mercado, o estilo high-low, mas que exige equilíbrio para um bom resultado.

O principal pedido do dono foi para que móveis e objetos queridos, adquirido nos últimos meses, não fossem descartados pelo novo projeto. Dito e feito. Cada canto desperta interesse à sua maneira. Mais do que um apartamento bonito, José conquistou um cantinho que guarda sua paz diária. "Eu não queria algo impessoal. Vejo inúmero projetos bonitos, mas ao final, percebo que falta algo do dono da casa. Por isso, não queria ser só um projeto bonito, queria viver em algo que tivesse um pouco da minha cara", descreve.

Sofá azul e pufê eram objetos que já demonstravam a personalidade do dono. (Foto: Fellipe Lima)
Sofá azul e pufê eram objetos que já demonstravam a personalidade do dono. (Foto: Fellipe Lima)
Em meio a decoração sofisticada, o rádio antigo que José herdou do pai. (Foto: Fellipe Lima)
Em meio a decoração sofisticada, o rádio antigo que José herdou do pai. (Foto: Fellipe Lima)
Pufê azul não foi descartado. (Foto: Fellipe Lima)
Pufê azul não foi descartado. (Foto: Fellipe Lima)
Agora, contrasta com o rack azul laqueado. (Foto: Fellipe Lima)
Agora, contrasta com o rack azul laqueado. (Foto: Fellipe Lima)

As mudanças se concentram na sala, varanda, lavabo e quarto. A transformação começou a partir do sofá azul e pufê azul que se destacam na sala. "São peças que demonstram bastante a personalidade dele, porque ele ama esse cor", justifica a arquiteta. "Agora, as peças estão em contraste com o rack laqueado e o painel de madeira freijó para dar continuidade à elegância da sala".

De "high" (alto) encontramos na sala as poltronas Cora do designer catarinense Bruno Faucz, assim como o pendente dourado assinado por Camila Sarpi, inspirado nos holofotes de filmagens e que custa cerca de R$ 6 mil. Peças que contrastam com o "low", de baixo custo, mas sem perder a essência, como o rádio antigo herdado do pai. "Era um rádio que eu havia guardado na fazenda. Quando a Déborah iniciou a decoração, eu sabia que o queria em minha sala", conta José.

O desejo de ter um espelho também foi realizado mas com outra característica. "Resolvemos colocar um revestimento de tijolinho espelhado e que faz bastante sucesso na internet. Ficou em um cantinho que adequamos para a adega, que era maior e que ele também havia comprado. Por isso, reposicionamos os móveis da sala e fizemos do canto um barzinho, para quem gosta de receber os amigos em casa".

Na área gourmet, painel de fundo foi feito com madeira de demolição. (Foto: Fellipe Lima)
Na área gourmet, painel de fundo foi feito com madeira de demolição. (Foto: Fellipe Lima)
Mesas de canto, que apesar das texturas diferentes, dialogam com o resto da sala. (Foto: Fellipe Lima)
Mesas de canto, que apesar das texturas diferentes, dialogam com o resto da sala. (Foto: Fellipe Lima)

José também já tinha contratado marcenaria, mas não queria que 100% dos móveis fossem planejados, por isso, optou trabalhar com madeiras que há muito tempo estavam guardadas em sua propriedade. As madeiras de demolição formaram um painel na área gourmet que abriga um balcão para reunião com os amigos e traz um clima descontraído combinando com o tapete vermelho que também era um xodó de José.

Em outro canto, José quis surpreender no lavabo com a mistura de texturas, especialmente, da cuba semelhante a uma caixa, feita de pedra industrializada azul para interagir com a sala, em contraste com prancha de madeira que ele trouxe da fazenda. "Gosto de coisas rústicas, mas não grosseiras. Então gostei do jeito que a Déborah a usou no banheiro".

O apê de José é um exemplo de que o simples e o sofisticado podem andar de mãos dadas, garante a arquiteta. "Muitas vezes temos uma peça com valor sentimental ou um objeto simples, que fazem esse contraponto e trazem toda personalidade ao ambiente. E quando você traz essa peça para um ambiente com outras mais sofisticadas, você dá uma nova vida para o objeto, ressignifica o espaço e cria uma nova personalidade. A ideia é fugir da ideia de ser tudo muito certinho e com a mesma paleta de cores. Isso também traz uma grande valorização à arquitetura", pontua  Déborah.

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Prancha de madeira foi utilizada em banheiro. (Foto: Fellipe Lima)
Prancha de madeira foi utilizada em banheiro. (Foto: Fellipe Lima)
Detalhe em madeira na cabeceira da cama. (Foto: Fellipe Lima)
Detalhe em madeira na cabeceira da cama. (Foto: Fellipe Lima)
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