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Arquitetura

Onde todos viam uma casa velha, Salma fez reforma para dar vida ao lugar

Na Rua Dr. Tesmístocles, casa antiga foi reformada para ser um salão de festas

Thailla Torres | 09/03/2019 07:10
Atual fachada ganhou portas, janelas e pintura nova. (Foto: Henrique Kawaminami)
Atual fachada ganhou portas, janelas e pintura nova. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na casa de tijolos de areia, na Rua Temístocles, não fosse pela fachada, seria pelos ladrilhos intactos a viagem no tempo. A surpresa ao entrar pelo portão do imóvel antigo, é descobrir que alguém decidiu dar vida a um lugar que durante muitos anos ganhou ares de abandono.

A proprietária calcula ser uma das casas mais antigas da região, próxima a Esplanada Ferroviária, ao lado de outro imóvel também abandonado. O local foi cenário para a histórias da família libanesa Saigali, que chegou à Campo Grande com a imigração japonesa, em busca de uma vida melhor, há mais de 100 anos.

Do lado de dentro, lugar mantém os mesmos ladrilhos e paredes ganharam tons cor de rosa. (Foto: Thailla Torres)
Do lado de dentro, lugar mantém os mesmos ladrilhos e paredes ganharam tons cor de rosa. (Foto: Thailla Torres)

No terreno havia uma casa grande. Hoje, paredes foram todas derrubadas para dar lugar a um salão de festas. Mas por estar classificado como um imóvel de interesse histórico e cultural o responsável manteve a fachada original. “Este imóvel não é tombado, por isso, o proprietário pode fazer a reforma que quiser, só é preciso manter a fachada”, explica Vera Bacchi, diretora-adjunta da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano).

Por telefone, a responsável conta a razão pelo qual decidiu dar vida ao imóvel que muita gente enxergava como uma casa velha. “. Esse prédio era do meu avô Salamão Miguel Saigali, que veio do Líbano. Tem história e significado na família. Tive que construir (reformar) sem poder, mas agora quero alugar”, explica Salma Saigali, de 80 anos.

Depois de comprar a parte dos irmãos, os sinais de abandono vieram com as dívidas. “O IPTU é muito caro e, aos poucos, tudo foi ficando destruído. Roubaram as portas originais, eram todas maciças, mas colocar guarda por ali não compensava e o tempo passou”, explica Salma.

Ela diz que depois de muitas cobranças, especialmente, do poder público para um destino à casa, resolveu investir. “O preço é alto, mas contei com ajuda do meu irmão. Também escolhi as cores e o restante ficou com a engenheira. Quero ver se alugo como um lindo salão de festas”.

O lugar está no acabamento. Trabalhadores investem na restauração de parte do ladrilho antigo que continua no chão. Portas e janelas de madeira são novas, mas com toque antigo. Do lado de dentro, paredes ganharam tons de cor de rosa, cores também preferidas de Salma.

Com fachada viva e restaurada, o lugar agora é destaque na região que também conta com outros imóveis antigos que, se forem reformados, podem dar vida ao lugar que está marcado na história da cidade e ainda carece de atenção.

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Antiga fachada, antes da reforma. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Antiga fachada, antes da reforma. (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Paredes da casa foram demolidas. (Foto: Arquivo/ Marcos Ermínio)
Paredes da casa foram demolidas. (Foto: Arquivo/ Marcos Ermínio)
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