Projeto entrega primeiras casas sustentáveis a ribeirinhos no Pantanal
Casa Eco Pantaneira prevê a construção de 30 moradias, mas ainda depende de parcerias
Ribeirinhos da comunidade da Apa (Área de Proteção Ambiental) Baía Negra, em Ladário, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, começam a receber novas moradias dentro do projeto Casa Eco Pantaneira. Em duas semanas, duas residências estarão concluídas e entregues: uma para a pescadora Sarlidei Penha Machado, de 64 anos, e outra para o pescador Miguel Alves Filho.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O projeto Casa Eco Pantaneira está construindo moradias para ribeirinhos na Área de Proteção Ambiental Baía Negra, em Ladário, Mato Grosso do Sul. As primeiras duas casas, com 50 metros quadrados e banheiro interno, serão entregues a pescadores locais nas próximas semanas. A iniciativa, desenvolvida pela UFMS em parceria com o Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas, conta com investimento de R$ 250 mil do Conselho de Arquitetura e Urbanismo. O projeto prevê 30 moradias para a comunidade, que vive em condições precárias às margens do rio Paraguai, e inclui soluções para esgoto e saneamento.
Segundo a professora de Arquitetura da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Andréa Naguissa Yuba, que integra a coordenação do projeto, as casas têm cerca de 50 metros quadrados, contam com banheiro interno e foram planejadas para atender às necessidades locais, respeitando o estilo de vida da comunidade.
Ao todo, estão previstas 30 moradias, mas apenas duas estão em fase final de entrega. Outras 13 devem ser reformadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida em até 18 meses, enquanto o restante ainda deverá aguardar novos investimentos. A projeto teve custo total de R$ 250 mil, com valor médio de R$ 50 mil por moradia.
Professores e alunos na construção
De acordo com Andréa, a ação é desenvolvida por professores e estudantes da UFMS, com participação dos cursos de Arquitetura, Engenharia Civil e Engenharia Ambiental. Ao todo, 60 pessoas estão envolvidas, sob a coordenação do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas, em parceria com a universidade.
As casas são financiadas pelo CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo), por meio de edital de 2022, que contemplou oito projetos no Brasil, sendo um em Mato Grosso do Sul. O Projeto Casa Eco Pantaneira tem a proposta de atender áreas vulneráveis, por isso foi escolhida a Baía Negra, região afetada pelos incêndios no Pantanal.
Moradia digna em área de risco
A comunidade vive às margens do rio Paraguai em condições precárias, sem água potável, o abastecimento é feito por caminhão-pipa da prefeitura. As casas atuais apresentam rachaduras, fundações comprometidas, telhados com vazamentos e instalações elétricas precárias.
Segundo Andréa, além da construção, o projeto adota soluções para esgoto e saneamento, como o uso de biodigestores, e busca melhorar o conforto térmico e a iluminação. Mesmo sendo abastecidas por caminhão-pipa, as novas moradias possuem também encanamento de água, situação inédita para quem vive no local.
Conforme a professora, grande parte dos moradores da Baía Negra são homens idosos que vivem sozinhos e dependem da pesca. O projeto segue em busca de novas parcerias e patrocínios para ampliar a construção e atender mais famílias em situação de vulnerabilidade no Pantanal.
