Sem luxo, casa de 400 m² tem o estilo moderno e uma brinquedoteca

O projeto de arquitetura começou a partir da fase de acabamento do sobrado. Durante a construção da casa no bairro Carandá Bosque, em Campo Grande, o dono tocou a obra junto ao engenheiro para então a arquiteta entrar a partir do término da alvenaria, dando um ar mais moderno à casa de 400m² em cinco meses.

Assinado pela arquiteta Paula Magalhães, o projeto revitalizou a fachada através das cores, do guarda-corpo de vidro e do revestimento cimentício. "Ele é um revestimento que tem um relevo e com a iluminação, fica bem legal", descreve. Tanto no muro como na parede da garagem, o material vem acompanhado de iluminação, ora "up light", daquelas embutidas no piso e que joga luz para cima, ora embutida no gesso, definindo bem o facho de luz.

"O desenho da lâmpada faz um risco na parede e permite enxergar esse relevo. O cliente pode escolher pintá-lo da cor que quiser, escolhi clarinho, meio branco acinzentado", detalha a arquiteta.

Na sacada, a colocação do guarda-corpo de vidro foi justamente para dar a impressão de leveza e modernidade. "Ficou clean, com cara de novo", avalia Paula. O telhado 'escondido' também contribui para a intenção, ao invés de deixá-lo aparente, a arquiteta explica que trabalho a platibanda. "São paredinhas que escondem o telhado, constrói ela maior para que a telha não apareça", simplifica.

Na cozinha, a escolha pela cor da parede e do mobiliário era por branco, seguindo a tendência moderna e clean do restante da casa, mas conforme o projeto foi ganhando vida, a arquiteta sentiu falta de um certo aconchego, que ficou por conta do detalhe do revestimento semelhante à madeira de demolição.

"Precisava de alguma coisa para dar um esquentada, um conforto e um visual melhor. Sugeri então de colocar esse revestimento de porcelanato que imita madeira", explica Paula. O detalhe sai mais em conta do que a madeira em si, com a vantagem de que pode ser limpo, ao contrário da demolição que não dá para retirar a gordura.

Os vidros dos armários de cima parecem espelhos, mas não são. Refletivos eles permitem que de fora se visualize o que está em cada parte, mas sem necessariamente ver a organização de dentro. "Isso é bom para quem não tem todos os copos combinando, os pratos iguais. Dá para ver um pouquinho, mas não totalmente", indica a especialista.

No quarto do casal, a iluminação trabalhada foi a indireta, de forma a não incomodar diretamente os olhos. "Ela está embutida no gesso, quando se acende não se vê a lâmpada, só o efeito da luz. Então não atrapalha sua visão na hora de você deitar e fica aquela luz suave", explica a arquiteta.

Acima de cada criado mudo, a luminária pendente possibilita que o casal possa ler, quando quiser, acendendo uma de cada vez. "E ela tem cristal, por isso faz o efeito bonito na parede de trás", acrescenta Paula.

As janelas dispensam cortina por já terem persiana embutida. A estrutura delas, a partir de PVC, também impede a entrada de ruídos da rua. "A janela tem dois vidros, então se tiver com muito sol, é só fechar a persiana. Ela passa dentro da janela", descreve a arquiteta. O mecanismo é controlado a partir de um controle remoto.

Para o filho do casal, ainda criança, a iluminação é o destaque no quarto. Além da geral para que o menino estude, ou procure alguma roupa no armário, cinco pontinhos de iluminação dicróica foram acrescentados. "Elas são de LED e azuis, pensei em colocar porque geralmente criança não quer dormir no quarto sozinha, pode ter medo e ligada, ela vai ter o quarto azul", explica. Os pontos são suaves e trazem segurança aos pequenos de não estarem no escuro, sem o incômodo da luz direta.

A brinquedoteca, foi um pedido do casal para evitar que os brinquedos ficassem espalhados pela casa. Como o espaço é todo da criança, desde as prateleiras para os livrinhos até a mesinha foram desenhados de acordo com a altura do menino. Para a coleção de carrinhos, a marcenaria trabalhou para deixar tudo exposto e o papel de parede de bolinhas deixa o cômodo mais divertido.