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Artes

Autor de Campo Grande ganha prêmio e terá o livro publicado no Brasil e Portugal

Aline Araújo | 21/12/2014 07:45
Eric se orgulha das obras já publicadas. (Foto: Alcides Neto)
Eric se orgulha das obras já publicadas. (Foto: Alcides Neto)

Foi escrevendo sobre um período fictício, de 12 mil anos atrás, criado por ele, que o campo-grandense Eric Henrique de Souza, de 29 anos, venceu o Prêmio da Revista Bang, só para livros fantásticos. Agora “A Balada de Antel” será publicada no Brasil e em Portugal pela editora Saída de Emergência, a mesma que publica autores como George R. R. Martin, escritor de "As Crônicas de Gelo e Fogo".

A conquista chegou com muita alegria para o escritor, que também é funcionário público no Hospital Universitário, em Campo Grande, onde coordena o almoxarifado. Calmo e atencioso, ele escreve no computador e diz que revisa seus textos deitado na rede, na varanda de casa.

No computador ele escreve os capítulos, focado na história que criou. (Foto: Alcides Neto)
No computador ele escreve os capítulos, focado na história que criou. (Foto: Alcides Neto)

“Em prêmios, jamais sabemos o nível da concorrência. Eu não fazia ideia de como me sairia e enviei, inclusive, outros 4 livros meus. Foi uma alegria enorme ganhar, realmente um dia de sonho. E sendo pela Saída de Emergência, que pública autores de alto nível, só aumenta a satisfação. Tudo o que trabalhei e investi nos últimos 11 anos, foi para um momento como este”, afirma.

Eric é casado e pai de dois filhos, divide a rotina entre o expediente, levar e buscar as crianças na escola, dar atenção a elas e escrever. Para dar conta, aprendeu a otimizar o tempo na hora de criar, afinal, escrever para ele é um prazer.

“Certamente tenho muito menos tempo para a escrita que tinha entre 2004 e 2007, por exemplo, quando era apenas bacharel em Direito. Mas se o tempo diminuiu, a experiência ajudou a maximizá-lo, como no caso dos roteiros, por exemplo", explica.

Antel é o guerreiro do livro que venceu o concurso. (Foto: Alcides Neto)
Antel é o guerreiro do livro que venceu o concurso. (Foto: Alcides Neto)

Dedicado, em 2011 ele chegou a escrever 250 páginas em um dia quando estava de férias. " Eu consigo, por já ter a rotina preparada. Há espaço para improviso, claro, mas é simplesmente executar uma tarefa”, detalha.

Erick escreve desde os 18 anos e tem mais dois romances publicados que compõem a saga: “Os Herdeiros dos Titãs”, Desde então, ele já escreveu outros 10 livros ainda não publicados, narrando histórias diferentes nesse mesmo universo. O último deles foi o ganhador do concurso, que em breve também terá seu lugar nas prateleiras das livrarias.

Ganhar foi só mais uma conquista de quem, com o tempo, aprendeu a fazer uma leitura própria da vida. “Eu já pensei, quando mais jovem, em me dedicar apenas à literatura. Talvez faça parte do que sonhamos quando estamos amadurecendo. Também já fui guitarrista e escrevi músicas com amigos da escola, sonhei em viver de música. Hoje, porém, vejo a vida ampla demais para que nos dediquemos a apenas um caminho. Sinto prazer em meu trabalho, vejo outras carreiras que posso seguir e é possível conciliar tudo isso com o trabalho de escritor. Dedicar-me apenas a uma tarefa? Acho que seria desperdiçar uma vida”, ensina.

Ainda sem capa, o melhor desenho será estudado pela editora. (Foto: Alcides Neto)
Ainda sem capa, o melhor desenho será estudado pela editora. (Foto: Alcides Neto)

Há pouco tempo, Eric fundou o selo EX, em parceria com outros amigos, além de se dedicar a ajudar novos escritores. “Estou ajudando novos autores a melhorarem seus textos, assim como já fui ajudado por pessoas que hoje posso chamar de amigas“, comenta.

O livro - Em pouco tempo, Antel passou de um nome desconhecido ao maior temor dos inimigos do Império Jatitano. “O Império Jatitano teve várias fases, reformas agrárias, período de castas, etc... Mas sempre foi essencialmente militar. Os soldados exerciam o governo e eram a lei. Tinham mais direitos que os civis. Na época de A Balada de Antel, ele enfrentava uma de suas várias crises ao longo daquele milênio, pelo confronto contra Senula, uma nação mais organizada, que elegia seus governantes e tinha muito apreço pelas leis. Era o completo oposto dos jatitanos, impulsivos e belicosos”, explica.

Como guerreiro, Antel é incomparável, e como estrategista, conta com a ajuda de algumas das melhores mentes de seu tempo. Jovens ambiciosos como ele, guiados por suas paixões, como o autor em sua rede.

Na rede ele escreve e revisa alguns textos. (Foto: Alcides Neto)
Na rede ele escreve e revisa alguns textos. (Foto: Alcides Neto)
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