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Artes

Balé de Londres ao vivo, vale assistir da poltrona do cinema?

Elverson Cardozo | 10/12/2012 07:07
Balé conta a história de Clara, uma jovem que ganha um boneco quebra-nozes na véspera de natal. (Foto: Elverson Cardozo/Reprodução)
Balé conta a história de Clara, uma jovem que ganha um boneco quebra-nozes na véspera de natal. (Foto: Elverson Cardozo/Reprodução)

Sábado de manhã, shopping movimentado e uma das salas do cinema com 12 pessoas apenas, incluindo eu, que resolvi assistir a apresentação de balé pela primeira vez longe dos palcos, para ver se vale mesmo a experiência no cinema.

A exibição começou às 11h e só chegou ao fim às 13h. Duas horas de músicas, interpretações e danças. Nem uma palavra sequer.

No telão, uma das histórias mais conhecidas do mundo: o balé “O Quebra Nozes”, direto de Londres, do ROH (The Royal Opera House), uma das mais importantes casas de ópera e balé da atualidade.

Na Capital, da sala de projeção, a platéia, embora reduzida, parecia entusiasmada, atenta a cada detalhe. Como do RHO, onde os visitantes assistiram à apresentação ao mesmo tempo, com todo luxo e glamour, aqui, da poltrona do cinema, surgiram aplausos aos artistas que impressionaram no palco, no outro hemisfério.

Mas pudera. O espetáculo, um dos mais famosos do mundo, se destaca pela superprodução, delicadeza e plasticidade, mas não parece ser uma obra fácil de ser compreendida pelo público comum, como eu, que ainda costumo acompanhar e assistir apresentações do gênero.

São tantos artistas, bailarinos, cenas, cenários, coreografias e músicas que a admiração, no final das contas, ficou mais pela beleza das performances, perfeccionismo do elenco e produção, do que pela história apresentada há 120 anos.

Bailarina desde os 5 anos, a estudante de medicina Bianka Monalisa, de 22 anos, explica que, para quem não tem o costume de acompanhar, o entendimento fica prejudicado. A dica é começar assistindo espetáculos mais simples.

Mas não é só isso que dificulta. Em Campo Grande, avaliou, o desafio de conquistar o público, além do "pré-conceito" relacionado ao gênero, passa pelos valores dos ingressos.

Espetáculo é assinado por Peter Wright. A música é do compositor russo Tchaikovsky, com coreografia original de Lév Ivanov. (Foto: Elverson Cardozo/Reprodução)
Espetáculo é assinado por Peter Wright. A música é do compositor russo Tchaikovsky, com coreografia original de Lév Ivanov. (Foto: Elverson Cardozo/Reprodução)

Uma exibição como essa, por exemplo, mesmo que no cinema, custa R$ 60,00 a inteira. “O preço dificulta e as pessoas já não valorizam a arte como deveriam”, comenta ao contar que a rede Cinemark já chegou a cancelar uma exibição por falta de público.

Acostumado a assistir apresentações de teatro, balé e ópera, o amigo, Paulo Zanin, de 22 anos, concorda. Argumenta que na Europa, onde morou por 1 ano, a situação é bem diferente.

Um dos benefícios da lei de incentivo à cultura é o desconto para estudantes por lá. “Pelo preço que pagamos aqui, lá eu sentaria na primeira fila”, afirma.

Mas a Capital está mudando, acrescenta. “Isso aqui antigamente nem tinha espetáculo”, finaliza.

Fora os preços, a cidade não tem estrutura nem a tradição de apresentar grandes espetáculos, como ópera e musicais, por exemplo. A ausência de um teatro municipal complica ainda mais a situação.

Enquanto mudanças não ocorrem, o jeito é se adaptar às condições e aproveitar as poucas opções oferecidas. “É um incentivo à cultura. O povo é muito desligado. Hoje em dia a gente vive na correria e não se dá tempo a isso”, diz a mãe da bailarina, a analista de sistemas Roseli Maria, de 48 anos.

História de
História de

Balé - Encenado em dois atos, “O quebra Nozes” conta a história de Clara, um jovem que ganha um boneco quebra-nozes na véspera de natal.

A menina é transportada para um mundo mágico, onde encontra camundongos dançantes e outros seres. O balé é assinado por Peter Wright.

A música é do compositor russo Tchaikovsky, com coreografia original de Lév Ivanov, também da Rússia.

Exibição - A temporada 2012/2013 de óperas e balés do The Royal Opera House está sendo apresentada com exclusividade pela rede Cinermark, como parte de seus 15 anos de comemoração no Brasil.

“O quebra nozes” será reapresentando nos dias 9, 11 e 13. As próximas atrações serão as óperas La Bohème, de Giacomo Puccini; Carmem, de Georges Bizet; Nabucco, de Giuseppe Verdi e Faust, de Charles Gounod.

Também serão apresentados os balés “A bela adormecida” e “La File mal gardée”. As exibições serão com projeção 2K (High Definition) e áudio 5.1. Para as óperas haverá legendas em português.

Para consultar dias, horários e valores dos ingressos, clique aqui.

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