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Artes

Centenário da Santa Casa é tema de peça que tem funcionários como atores

Teatro resgata história a partir do livro de Vera Tylde e apresenta cenas emocionantes vivenciadas pelos atores dentro do hospital

Thais Pimenta | 12/12/2017 06:15
Atos eram distribuídos pela extensão do auditório. (Foto:Paulo Francis)
Atos eram distribuídos pela extensão do auditório. (Foto:Paulo Francis)

A história de Campo Grande caminha lado a lado com a do centenário hospital Santa Casa. Conhecer os fundamentos da instituição, desde sua criação até o seu atual cenário, é entender e resgatar muito da fundação da Capital e das pessoas que fizeram a diferença em sua história.

Essa conexão foi transformada no teatro documentário “Santa Casa: 100 Anos de Solidariedade”, em cartaz no auditório Carroceiro “Zé Bonito”, hoje e amanhã (12), com entrada franca.

Dirigida por Andréa Freire e Conceição Leite, a peça é uma releitura do livro “Santa Casa – Patrimônio de Mato Grosso do Sul”, da escritora Vera Tylde de Castro Pinto. Estrelando em cena estão 11 funcionários e colaboradores do hospital, das mais diversas áreas: desde assistentes sociais, até agentes administrativos e plantonistas.

A diretora Andréa Freire. (Foto: Paulo Francis)
A diretora Andréa Freire. (Foto: Paulo Francis)

Mas quem assiste ao espetáculo sem saber de que os atores são, na verdade, trabalhadores da saúde, dificilmente nota esse detalhe. Isso porque Andréa realizou um intenso trabalho de introdução a técnicas da dramaturgia, com oficinas de corpo, movimento, voz e improvisação.

De abril a novembro deste ano, esses voluntários se reuniram duas vezes por semana com a dramaturga, fora do horário de trabalho, para aprender tudo o que foi reproduzido em cena. “No começo eram 26 pessoas, com o tempo nem todo mundo ficou. Naturalmente, tem que se canse, tem quem não possui habilidade, mas esses que ficaram foram guerreiros pois se esforçaram muito. Eles descobriram o poder terapêutico que a dramaturgia tem, porque a gente trabalhar a nossa estima em palco, isso cura”, disse ela.

Andreia conta que as cenas de improvisação foram todas baseadas em histórias vividas por esses atores. “A peça foi construída a partir do livro da Vera, trazendo fatos históricos importantes, mas a gente criou uma improvisação com os funcionários. Pensávamos juntos nas cenas, como por exemplo as de emergência. Todos esses momentos que a gente vê são cenas reais, que eles viveram, e ficamos impactados”.

Perdas foram retratadas em cena. (Foto: Paulo Francis)
Perdas foram retratadas em cena. (Foto: Paulo Francis)

Mesmo sendo um teatro documentário, a peça consegue, no fim, emocionar, e não apenas resgatar a história da instituição. “A gente procurou fazer um espetáculo que trouxesse a complexidade de um ambiente hospitalar mas que tem afeto, que tem perda, que tem momentos muitos diferentes”.

A interpretação cedia espaço à tecnologia do audiovisual com projeção de documentos e fotos hitóricas. Discursos cômicos e trágicos, canções, harmonizam com rápidas trocas de ambientes, figurinos, iluminação e promovem uma dinâmica que busca também otimizar o ambiente da encenação. “A gente tinha muito mais coisa pra dizer ali mas eu também tinha que fazer um espetaáculo de 50 minutos, interessante, que não fosse 'chapa branca', que não quisesse mostar que a Santa Casa é maravilhosa, eu tinha que me preocupar em fazer teatro”, completa.

Funcionários e colaboradores também cantaram em cena. (Foto: Paulo Francis)
Funcionários e colaboradores também cantaram em cena. (Foto: Paulo Francis)

Para uma das atrizes, a assistente social Eliane Falcão, estar em cena foi uma oportunidade de demonstrar o quanto trabalhar na Santa Casa é especial. “Mexe com todo o nosso emocional também, com tudo aquilo que a gente já passou aqui. E perceber toda a história da Santa Casa é muito importante. Eu sempre falo que trabalhar aqui é uma missão, não é só um trabalho, porque é uma questão de dedicação, de amor, e isso a gente traz no coração mesmo. Eu amo trabalhar aqui e o tempo todo não faltei um ensaio, curtindo tudo isso. Não tinha a dimensão de como seria no final mas ficou incrível”.

O agente administrativo Claudio Marcílio concorda que o resultado foi surpreendente: “Foi uma experiência ótima, uma delícia, ainda mais com um resultado desses. A gente trabalhou com os colaboradores da Santa Casa e eu acho que superou as expectativas de cada um”.

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Resgate histórico interpretado em cena. (Foto: Paulo Francis)
Resgate histórico interpretado em cena. (Foto: Paulo Francis)
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