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Artes

Com 31 anos de carreira, Jerry Espíndola cita nova safra e quer renovar público

Elverson Cardozo | 25/03/2013 08:30
Jerry Espíndola tem 48 anos e 31 de carreira. (Foto: Divulgação)
Jerry Espíndola tem 48 anos e 31 de carreira. (Foto: Divulgação)

Com 48 anos de idade e 31 de carreira, o cantor e compositor campo-grandense Jerry Espíndola está vivendo a fase da “colheita”. Pelo menos é o que diz. Mesmo assim, depois de tanto esforço, vendo resultado do que plantou, ele não pretende descansar, pelo contrário. Quer “renovar o público” que, na avaliação dele, pode ter se perdido devido à concorrência da nova safra musical.

“Sei que quem me conhece e gosta de mim não vai me ver tocar mais 100 vezes”, explica. Para o músico, que se considera “realista”, o antigo público de Jerry Espíndola, aquele que costumava ouvi-lo em barzinhos, se cansou, “cresceu” e hoje já não é o mesmo. “Sou da casa. Já enjoaram de mim. Meu trabalho tem que ir para outro lado”, acrescentou.

Não que a admiração tenha sumido ou que a qualidade do trabalho que produz tenha sido posta em dúvida. A explicação é mais simples. “Eu já vi pelo menos 30 shows do Almir Sater. Hoje, mesmo se ganhar o ingresso, não vou mais”, exemplificou.

Entre outros motivos, como a falta de incentivo do poder público e da iniciativa privada, o  músico atribui a perda de "admiradores" à nova safra de cantores, como as duplas sertanejas, por exemplo, que caíram no gosto do povo e tem acirrado a concorrência.

Na avaliação do compositor, até a internet, vista como aliada na divulgação de trabalhos, tem complicado a situação. Se por um lado a rede facilitou e se tornou uma poderosa ferramenta de trabalho, por outro deixou "tudo e junto e misturado" e criou um ambiente de disputas, onde o sucesso nem sempre é medido pela qualidade e experiência. “Tem você e a torcida do Flamengo lá dentro”, comparou.

Foi dessas "crises", entre outras, que surgiu a idéia de investir em novos projetos, como o “Pétalas de Pixe”, grupo de pop-rock composto por ele e quatro mulheres, e o Hermano Irmãos, trio de música latina que mantém com Márcio de Camillo e Rodrigo Teixeira.

Ambos estão na estrada há 2 anos. O resultado tem sido positivo. Em tese, quem não conheceu o Jerry “das antigas”, poderá conhecê-lo agora. Oportunidades não vão faltar.

Lançamentos -  Jerry Espíndola vai lançar três novos CDs este ano. O primeiro será no dia 3 de maio, durante o Festival América do Sul, que acontece em Corumbá.

O trabalho é o resultado de dois anos de parceria com as meninas do “Pétalas de Pixe”. “É um disco que a gente usa bastante guitarra”, adianta. São 13 faixas, sendo 3 cantadas por elas.

Jerry vai lançar 3 CDs este ano. (Foto: Divulgação)
Jerry vai lançar 3 CDs este ano. (Foto: Divulgação)

Os outros CDs, que ainda estão em fase de mixagem, estão previstos para serem lançados no segundo semestre, mas não há data definida. Um deles é com o grupo “Hermano e Irmãos” e deve se chamar “Por América”.

O disco, gravado em Assunção, no Paraguai, foi feito em parceria com Willi Shutter, produtor argentino que detém o selo Kamikaze, “marca” que, segundo o músico “tem peso” para concorrer, por exemplo, ao “Grammy Award”, o prêmio mais importante da indústria da música internacional.

“É um trabalho mais acústico, com violão e viola. É mais voltado para América do Sul”, disse, ao comentar que o projeto primou por “arranjos mais sofisticados”.

“Águas do Mato”, o terceiro CD a ser lançado, foi feito em parceria com as irmãs, Tetê Espíndola, Alzira Espíndola e cantora e compositora cuiabana Lucina Carvalho. Resultou de um projeto aprovado em 2006.

“Viajamos pelo Pantanal, através dos rios, fazendo shows para a população ribeirinha. Acabamos compondo 15 músicas durante a viagem. O tema é totalmente em cima do Pantanal”, contou.

Perfil – Além de cantor e compositor, Jerry Espíndola é produtor cultural e diretor executivo da AMP (Associação de Músicos do Pantanal).

Suas composições mesclam as raízes da região do Pantanal aos ritmos ternários. O resultado é um som nitidamente pop, que foi batizado de “polca-rock”. Em Mato Grosso do Sul, o cantor tem músicas gravadas por mais de 20 artistas.

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