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Artes

Com bloquinho na mão, Francisco desenha tirinhas por onde anda

Francisco C. de Góes, ou Fausto Fauno, usa sua conta no Instagram para postar seus desenhos caricaturescos

Lucas Mamédio | 21/03/2020 07:48
Fausto mistura de forma singular texto e desenho em tirinhas. (Foto: Arquivo Pessoal)
Fausto mistura de forma singular texto e desenho em tirinhas. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em tempos de hiperexposição a variados conteúdos, temos tentado encontrar formas de organizar esse turbilhão de coisas que chega pra gente toda hora. Durante os afazeres do dia a dia, é sempre necessário criar anotações para não esquecermos nossas obrigações ou eventuais ideias que surgem.

Para tanto, lançamos mão dos blocos de notas de nossos smartphones ou até mesmo algo bem estranho, que percebi há pouco tempo ser comum, que é criar grupo no WhatsaApp com a gente mesmo e enviar ali o que precisa ser lembrado (descobri porque criei um comigo, é terapêutico, tentem).

Como jornalista, já desisti de usar caderninhos para anotar as informações que vou usar em minhas matérias, por vários motivos. Acho, hoje, um tanto romântico essa prática, a despeito de ser ainda muito comum.

Em Campo Grande, o Lado B encontrou um artista, digamos, e seguindo minha lógica, bem romântico. Francisco C. de Góes, estudante de jornalismo, aproveita suas andanças por aí para, com seu bloquinho, interpretar a realidade a seu modo.

Retrato do "maior artista do mundo" feito por Fausto (Foto: Arquivo Pessoal)
Retrato do "maior artista do mundo" feito por Fausto (Foto: Arquivo Pessoal)

Mas essa não é uma matéria sobre o “bloquinho do Francisco”, é sobre o que ele coloca nesse bloquinho. O artista usa sua conta no Instagram, o @fausto.fauno, para postar seus desenhos caricaturescos, sempre envolto e até mesmo misturado com textos, algo como as charges.

“Ando sempre com meu bloquinho no bolso ou mochila e, quando surge uma ideia, algo que me chame a atenção, pego e desenho ou escrevo. Pode ser num bar, ônibus, no trânsito, onde eu estiver”, começa explicando Francisco.

Francisco assina como Fausto Fauno, uma inspiração clara da literatura, já que “Fausto” é nome de um poema do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, e um dos maiores clássicos da literatura universal .

Fausto desenha onde estiver, é só ter a ideia (Foto: Arquivo Pessoal)
Fausto desenha onde estiver, é só ter a ideia (Foto: Arquivo Pessoal)

“Tenho uma influência muito grande da literatura em meu trabalho, por isso costumo escrever em meus desenhos”.

Para o artista não existe fórmula para o modo como concebe seu trabalho. “Algumas vezes o desenho vem primeiro, outras vezes escrevo e em seguida desenho, ou até mesmo começo um, paro, depois volto pra terminar, depende muito da situação”.

Parece existir uma dificuldade inerente em misturar duas expressões artísticas, muitas vezes, tão diferentes entre si. Desenhos, por exemplo, tendem a ser mais subjetivos, condicionando seu sentido à interpretação de quem o vê. Diferente da escrita, de modo geral, mais literal e objetiva.

“É realmente um desafio aliar os desenhos e os textos. Mas, de alguma forma, misturo os dois, de modo que o texto vire um desenho também”, explica Francisco, que muitas vezes passa o texto por cima dos desenhos, fundindo os dois.

Francisco conta que desenha desde criança. Artista multifacetado, também é músico e faz crônicas. Tendo deixado os desenhos de lado durante alguns anos, ele retomou a vocação depois de conhecer sua namorada.

“Ela artista plástica e meio que me ajudou a resgatar esse lado meu que estava mais parado”.

O estilo também é algo que chama muita atenção nos desenhos do artista. É um conceito que usa vários pequenos traços sobrepostos, dando assim o ar caricaturesco e singular das tiras. “Tenho tentado aprimorar meu próprio estilo, é algo que faço a cada desenho”.

Cada desenho é composto de vários pequenos traços (Foto: Arquivo Pessoal)
Cada desenho é composto de vários pequenos traços (Foto: Arquivo Pessoal)

"A tira atira mais que o tiro", a frase na descrição do Instagram de Fausto já dá o tom politizado de sua arte. É perceptível essa característica, muitos dos desenhos retratados são criticas sociais temperadas com o também característico bom humor. "Eu trago sim essa questão mais política, mas não é só isso também. Como disse, depende muito do momento, do que vejo, se me incomoda".

Perguntado sobre planos para o futuro, Francisco, ou Fauno, diz: “Não sei se vou continuar fazendo do modo que estou fazendo, estamos numa eterna transformação, mas sei que vou continuar fazendo.”

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.

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