ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 30º

Artes

Com risco de pegar fogo, Aracy Balabanian fecha para 2ª reforma em 5 anos

Naiane Mesquita | 27/04/2016 19:47
Teatro está com problemas estruturais, de acessibilidade e na instalação elétrica (Foto: Alcides Neto)
Teatro está com problemas estruturais, de acessibilidade e na instalação elétrica (Foto: Alcides Neto)

O Teatro Aracy Balabanian, localizado no Centro Cultural José Octavio Guizzo, fechará as portas para reforma a partir do dia 1º de maio. Cinco anos após uma grande revitalização que incluiu investimentos federais no valor de R$ 417 mil e recursos do governo do Estado, o local mais uma vez receberá obras.

Elevador costuma ser alvo de críticas e impossibilita que cadeirante saia sem incomodar o andamento de uma peça (Foto: Alcides Neto)
Elevador costuma ser alvo de críticas e impossibilita que cadeirante saia sem incomodar o andamento de uma peça (Foto: Alcides Neto)

De acordo com o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, apesar da reforma anterior, o espaço oferecia risco a população, incluindo incêndio.

“Principalmente o teatro. A fiação elétrica está com problemas, os materiais utilizados no teatro são altamente inflamáveis, o madeiramento que segura todo o plenário está com problemas na estrutura, as cadeiras de madeira estão com cupins até a base, muitas inclusive com risco de cair. Achamos por bem fechar antes que acontecesse uma tragédia”, afirma o secretário.

A avaliação do teatro ocorreu após uma reclamação da climatização do espaço. “Falaram que o ar condicionado não estava funcionando por falta de manutenção. Conversando, decidi agendar uma avaliação técnica que apontou todos esses problemas. A parte elétrica apresentava problemas com frequência, quando a atriz Letícia Sabatella se apresentou no espaço, teve um problema de respiração, que foi apontado por outras pessoas, uma senhora quase caiu de uma cadeira”, enumera Athayde.

Segundo o secretário, a reforma realizada há cinco anos foi uma “maquiagem”.

“Foi aquele negócio para inglês ver, não atingiu tudo que precisava ser feito”, explica. Por enquanto, o orçamento da obra está em R$ 300 mil. “Mas esse investimento foi na época em que iríamos apenas revitalizar a climatização e a fiação. Com essas novas situações precisaremos ir atrás de novos recursos, parcerias. A obra deve demorar cerca de seis meses, nessa primeira etapa só para abrir a licitação vai em média 45 dias”, descreve.

Construído na década de 80, teatro será revitalizado novamente (Foto: Alcides Neto)
Construído na década de 80, teatro será revitalizado novamente (Foto: Alcides Neto)

De acordo com o gestor do Centro Cultural, Leandro Caminha, o prédio também passará por novas intervenções para se adequar as normas de acessibilidade e segurança. “A estrutura está comprometida até pela idade do prédio, que tem 30 anos. Tem a questão da acessibilidade, que é lei, todos tem que ter acesso. Existe uma acessibilidade no teatro, o elevador, mas o espectador não tem como ir ao banheiro no meio do espetáculo, por exemplo, porque o acesso é pela lateral. Essas questões que estamos adequando”, afirma Leandro.

Athayde frisa que o Centro Cultural continuará aberto, com as atividades normais e apenas o teatro será fechado. Nesse caso, espaços alternativos serão utilizados. “Algumas peças serão apresentadas no Marco (Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande) e também no nosso prédio na Fernando Correa da Costa, buscamos uma sala para ser utilizada. Não queremos prejudicar o teatro em Mato Grosso do Sul”, diz.

Reforma - O Centro Cultural José Octavio Guizzo foi reformado em 2010 e 2011. As ações foram realizadas no piso térreo - Galeria Wega Nery, sala Rubens Corrêa, sala Ignês Corrêa da Costa, secretaria, sala Central e sala de Ensaio -, subsolo - Ateliê de Artes, sala de Música e depósitos – e piso superior - composto pelo Teatro Aracy Balabanian, foyer e sala Conceição Ferreira. Na época da entrega da obra, o governo do Estado afirmou que havia priorizado a acessibilidade, com a reforma e manutenção do elevador de acesso ao teatro, adaptação dos banheiros e instalação da passarela que liga o Centro Cultural com a Fundação de Cultura.

O espaço também recebeu instalações preventivas de incêndio, além de nova pintura externa e interna do prédio, melhorias na iluminação e instalação de refletores no pátio interno, reparos e troca de materiais nas instalações elétricas e hidráulicas e climatização da área administrativa.

Nos siga no Google Notícias