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Artes

Em velório cheio de boas lembranças, amigos se despedem de Dino Rocha

Sanfoneiro morreu na noite deste domingo (17) aos 68 anos e entra para história como ícone da cultura sul-mato-grossense

Geisy Garnes | 18/02/2019 15:03
Delinha foi ao cemitério prestar homenagem ao amigo (Foto: Guilherme Henri)
Delinha foi ao cemitério prestar homenagem ao amigo (Foto: Guilherme Henri)

Com presença de amigos e familiares, começou por volta das 12 horas o velório do sanfoneiro Dino Rocha, que morreu na noite de domingo (17), aos 68 anos. A emoção e as boas lembranças são recorrentes entre as pessoas que passam pelo Memorial Park nesta segunda-feira (18).

Aos poucos, amigos, parentes e fãs chegam ao cemitério para o último adeus. A tristeza se manifesta nas lágrimas e o carinho nas histórias contadas por aqueles que tiveram as vidas marcadas pela convivência com o sanfoneiro autodidata, que marcou para sempre a música sul-mato-grossense.

Velório acontece no cemitério Memorial Park (Foto: Guilherme Henri)
Velório acontece no cemitério Memorial Park (Foto: Guilherme Henri)
Castelo conviveu com Dino por 40 anos (Foto: Guilherme Henri)
Castelo conviveu com Dino por 40 anos (Foto: Guilherme Henri)
Carlos e Mario durante o velório (Foto: Guilherme Henri)
Carlos e Mario durante o velório (Foto: Guilherme Henri)

Foi assim para o cantor Castelo (Antônio Rodrigues de Queiróz). Por 40 anos, a música o uniu a Dino. “Desde a época dos discos, na década de 80. Não nos encontramos com frequência, mas sempre que acontecia ele me perguntava: você trouxe o violão? E eu respondia: você trouxe a sanfona?”.

Em Dino, Castelo conta que viu um espelho, inspiração. “Não era um artista, era um poeta”. Para Mário Cesar Nogueira, de 60 anos, foram 30 anos de convivência, um período em que teve o privilégio de ver o sanfoneiro tocar em um dos aniversários do pai. “As músicas dele tocaram as pessoas”.

Empresário responsável pelos CDs de Dino, Mario Cesar Nogueira, de 60 anos, define o amigo de longa data como uma pessoa doce, amável e extremamente simples. “São justamente essas lembranças que vão ficar”. Diante da dor, o apelo para que os moradores do Estado valorizem as artistas da casa. “Dino era mais conhecido fora que aqui. Vamos valorizar antes da perda. Ele deixou um legado de grandes músicas, sempre que escutar vou sentir saudades”.

Carlos Martins só tem 19 anos, mas aos 14 ouviu Dino pela primeira vez, após ganhar um de seus CDs. “Fiquei maravilhado. Ele foi inspiração para que eu também tocasse sanfona”. De fã, se tornou amigo e teve a privilegio de tocar junto com o sanfoneiro. A última lembrança com o músico aconteceu a cerca de três meses, em uma festa, onde um viu o outro tocar. “Vou guardar essa lembrança pro resto da vida”.

Amigo de longa data, Albertino Fonseca, de 59 anos, conta que por varias vezes foi o “motorista particular” de Dino, já que não bebia. Antes de ser internado, Dino fez um pedido especial ao amigo, para ele preparar um frango com gueroba e pequi. “Comprei os ingredientes, estão na minha geladeira, mas não deu tempo de fazer”.

Com os olhos cheios de lágrima, a cantora Delinha contou que a amizade com Dino era tão longa que sequer consegue lembrar como começou. “Já tomei umas ouvido gaivota pantaneira, minha música favorita, agora ainda mais. Todos teremos o mesmo caminho, pelo menos o Dino deixou uma sementinha”, disse se referindo ao filho do musico, conhecido como Maninho, que nas palavras dela, toca maravilhosamente como o pai e vai ajudar os amigos a compensar sua ausência.

O sepultamento de Dino está marcado para às 9h desta terça-feira (19), no mesmo local.

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