No Dia do Samba, Mato Grosso do Sul mostra força além do eixo Rio-SP
Em MS, gerações mantêm vivas a batida e a identidade do ritmo
Nesta terça-feira (2), Dia do Samba, o ritmo mais querido do Brasil também ganha destaque em Mato Grosso do Sul, provando que, mesmo fora do eixo Rio–São Paulo, o samba por aqui pulsa com força, feito por gerações que mantém viva tradição.
RESUMO
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O Dia do Samba em Mato Grosso do Sul revela a força do ritmo além do eixo Rio-São Paulo, com destaque para a tradição familiar nas escolas de samba. Wlauer Carvalho, mestre de bateria da Unidos da Vila Carvalho há 36 anos, representa essa herança cultural, transformando a bateria em espaço de formação musical. O protagonismo feminino ganha espaço através de coletivos como o Mistura das Minas, que desafia a predominância masculina no gênero. Liderado por Ariadne Farinéa, o grupo exemplifica como o samba sul-mato-grossense se mantém vivo e em constante evolução, preservando memória e identidade cultural do estado.
É o caso de Wlauer Carvalho, mestre da bateria da Unidos da Vila Carvalho. “Sou nascido dentro da escola de samba. Acompanhei meu pai desde pequeno na luta para não deixar o samba morrer”, lembra ele. “Entrei na bateria aos 15 anos. Hoje, com 51, são 36 anos como mestre”. Para Wlauer, a bateria é muito mais que um compasso no desfile: é “uma verdadeira sala de aula, um espaço de formação musical e humana”.
Mas o samba sul-mato-grossense não se sustenta apenas no legado masculino das escolas de samba, ele se renova com o protagonismo feminino. Coletivo como o Mistura das Minas mostra que o gênero por aqui é plural, vivo e em constante transformação.
No Mistura das Minas, a diversidade faz parte da raiz. Ariadne Farinéa, carioca criada em Campo Grande conta. “O samba permeia nossas vidas desde a infância. Minha família participou da história da Estácio de Sá. Minha mãe foi passista. Cresci frequentando rodas de samba e, mais tarde, atuei como intérprete na Igrejinha”.
As integrantes do grupo foram ocupando espaços até então quase exclusivos de homens, com caixas, chocalhos e comandos de ritmo, e hoje comandam com talento e alma. “Queremos que a música alcance todos os cantos da cidade. Quanto maior a diversidade, mais forte é a cultura”, afirma Ariadne.
Por isso, o samba em Mato Grosso do Sul é bem mais do que uma vertente musical, é memória, herança, identidade. Ele vive nas baterias, nas vozes femininas que ganham espaço, nas escolas de samba, nas rodas de bar, nos bairros, nas comunidades.
Hoje, ao celebrar o Dia do Samba, Mato Grosso do Sul comemora sua própria voz. Uma cena que desafia os eixos tradicionais e mostra que o samba, feito com amor e resistência, floresce forte e vibrante por aqui.
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