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Artes

No Nova Lima, muro anuncia aula de pintura por artista que aprendeu com Pantanal

Sem portão, é direto do quintal que se chama o dono, depois de bater palma

Paula Maciulevicius | 08/10/2016 07:10
Casa 1025 da rua Júlio Baís, aulas de pintura são dadas por Iber. (Foto: Marcos Ermínio)
Casa 1025 da rua Júlio Baís, aulas de pintura são dadas por Iber. (Foto: Marcos Ermínio)

"Eu aprendi essa habilidade, não fiz curso não, nasci no Pantanal". E foi tendo a natureza como referência e inspiração que Iber Ajala, hoje com 58 anos, desenvolveu a mão e olhar para as artes. Nascido na região de Aquidauana, foi com as belezas naturais que ele aprendeu a se expressar e quando o desemprego bateu à porta, foram elas que o ajudaram a se reerguer.

No bairro Nova Lima, em Campo Grande, o muro anuncia "aulas de pintura" e mais adiante, a parede traz a paisagem pintada a mão, em três dias. Sem portão, é direto do quintal que se chama o dono, depois de bater palma.

"Hoje dou aula de pintura e através da aula a gente aprende mais e se aperfeiçoa", acredita Iber. À época do Pantanal, aprendeu a fazer bichinhos como os que encontrava no mato de cera de abelha, mais tarde, na cidade, transferiu o feitio para outro material, de biscuit. Autodidata, desde criança ele pinta e desenha e há 10 anos se intitulou artista plástico.

Nos detalhes do trabalho de uma das alunas. (Foto: Marcos Ermínio)
Nos detalhes do trabalho de uma das alunas. (Foto: Marcos Ermínio)
Na reprodução de fotografias antigas que ele mesmo fez. (Foto: Marcos Ermínio)
Na reprodução de fotografias antigas que ele mesmo fez. (Foto: Marcos Ermínio)

Técnico em informática, foi através de um curso de mecânica que aprendeu a técnica do desenho, depois recebeu formação em eletricista bubinador e industrial, mas o que sempre quis seguir era mesmo o caminho das artes e quando o bolso apertou...

"Foi o desemprego, começou não tendo mais possibilidade por causa da minha idade na minha profissão. Eles só querem pegar jovem, porque o mercado vive em cima de exploração", desabafa. 

Na década passada, quando a idade chegou e ele viu que o mercado dava preferência aos aprendizes, ele se voltou à pintura e passou a dar aulas em casa, e também no "Economia Solidária", espaço que fica na Cândido Mariano e onde possivelmente você já viu desenhos dele na fachada.

Em casa, a maior propaganda é a da parede da varanda. De tinta latex, o desenho é laqueado. "Eu vi na internet e fiz, a intenção era fazer um caminho onde você vai entrando até sair na cidade, à distância...", narra. Quando o muro for rebocado, Iber quer fazer a mesma arte na fachada também.

"Se eu sinto saudades do Pantanal? Sim, fui criado vivendo com a natureza mesmo", emenda. As aulas acontecem no ateliê ao fundo é onde ele também se concentra para novas criações. Pintura em tela, reprodução de fotografias e mais para frente, quer até produzir as próprias molduras. O telefone de contato do artista é o: 99234-0276.

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Parte da natureza na qual ele cresceu e se inspirou. (Foto: Marcos Ermínio)
Parte da natureza na qual ele cresceu e se inspirou. (Foto: Marcos Ermínio)
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