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Artes

No piano, fotografia eterniza amor de irmãs: uma por balé, outra pela câmera

Paula Maciulevicius | 05/06/2016 07:05
Piano uniu no mesmo cenário dois talentos e duas irmãs. (Foto: Elvira Barros)
Piano uniu no mesmo cenário dois talentos e duas irmãs. (Foto: Elvira Barros)

Por mais que todo mundo pense que Elvira é a mais velha, na verdade Georgia já tinha 1 ano e 9 meses quando o "milagre" de casa nasceu. Irmãs, a diferença é de quase dois anos entre uma e outra. Aos 16, Georgia se descobriu na dança, enquanto Elvira, na fotografia. O resultado do amor entre elas e pelas Artes ficou na memória da família quando o piano se propôs a unir no mesmo palco dois talentos e duas irmãs.

Na casa no bairro Taveirópolis, em Campo Grande, é que elas têm as lembranças de esconde-esconde da infância. Se mudaram para lá quando Elvira tinha 6 e Georgia, 8.

Elvira (sentada) caminha pela fotografia, enquanto Georgia movimento o corpo na dança. (Foto: Arquivo Pessoal)
Elvira (sentada) caminha pela fotografia, enquanto Georgia movimento o corpo na dança. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na memória de menina, o que ficou da chegada da irmã foi a felicidade e a surpresa. Pequenina, Georgia só se lembra do "milagre". As duas são as mais novas de uma família de quatro filhos e também as que mais se aproximam na idade.

"Minha mãe já tinha operado. Foi um milagre mesmo, porque quando o médico abriu estava tudo amarrado certinho", conta a estudante de Administração, Georgia Pieczykolan de Barros, hoje com 22 anos e também bailarina e confeiteira.

Melhores amigas que dividiam os mesmos pais e a casa, numa brincadeira, Georgia se volta à letra de música para definir a relação. "Entre tapas e beijos" e as duas viram cúmplices de um mesmo riso.

"A gente sempre brincou junto, mas tínhamos nossas fases de brigar. Ela tinha uma Barbie Quebra-nozes que era apaixonada e meu sonho era brincar com ela", lembra a caçula, estudante da Publicidade e fotógrafa, Elvira Pieczykolan de Barros, agora com 20 anos.

Georgia, apesar de tímida, cedeu ao pedido, colocou um vestido confortável e a sapatilha nos pés. (Foto: Elvira Barros)
Georgia, apesar de tímida, cedeu ao pedido, colocou um vestido confortável e a sapatilha nos pés. (Foto: Elvira Barros)

Xodó da irmã, a boneca só vinha parar nas suas mãos numa tentativa de fazer com que a mãe não descobrisse alguma coisa. "Eu dizia que ia contar alguma coisa para a minha mãe e ela: não, não. Pega minha Barbie então", lembra Elvira.

À época, Georgia ainda não tinha dados os primeiros pliès e nem Elvira, os cliques. "Comecei a fazer balé tarde já. Eu tinha entre 15 e 16 anos". As aulas foram interrompidas quando o vestibular chegou e a adolescente trocou o clássico pela dança contemporânea, a qual segue até hoje.

Do outro lado, Elvira descobriu a fotografia à época do Orkut, quando se tornaram acessíveis as primeiras câmeras digitais compactas. "Eu gostava muito de fotografar tudo, paisagem. Só os outros que não, tinha vergonha, não levava jeito", relata. Com o tempo, o pai percebeu o interesse da menina e a presenteou com uma profissional. Foi o 'start' para que Elvira realmente se entregasse. De hobby, a fotografia tem cinco anos e como profissão, dois.

Para ganhar prática, ela ligava sempre para a mesma amiga, perguntava o que ela fazia naquela tarde e se topava ser clicada. Com o tempo, os amigos foram vendo o talento sendo revelado nas imagens e o interesse foi crescendo.

Até que uma foto vista um dia lhe voltou à memória. Quem foi clicada estava acima de um piano, compondo um belo retrato.

No piano que Elvira toca, irmã sobe na ponta dos pés. (Foto: Elvira Barros)
No piano que Elvira toca, irmã sobe na ponta dos pés. (Foto: Elvira Barros)

"Fiquei com essa inspiração na cabeça e me veio a ideia. Acho que ela (a irmã) estava fazendo alguma encomenda de bolo. Mas olhei para o piano, para ela e pensei: minha irmã é bonita, bailarina e ninguém melhor que ela", relembra Elvira.

Georgia, apesar de tímida, cedeu ao pedido, colocou um vestido confortável e a sapatilha nos pés. A sessão demorou em torno de 40 minutos e teve como cenário, o piano de casa. Instrumento que só encontra as mãos de Elvira, passou a sentir a leveza do corpo da bailarina.

"Eu gostei do resultado, não esperava daquele jeito. Fiquei até, até surpresa", avalia Elvira. E o que ela enxergou na irmã? "A delicadeza e ao mesmo tempo, o charme da bailarina". A junção de talentos fez nascer uma memória que se pode tocar, olhar e contemplar.

"O que mais me chama atenção na fotografia é que cada um mostra o que sente através do seu olhar fotográfico. Se eu pegasse mais dois fotógrafos para a mesma foto, no mesmo lugar, cada um ia passar uma coisa diferente, porque tem um sentimento sobre o que se está vendo", descreve Elvira.

Ela ali via a irmã, que sempre a protegeu, traduzindo o que sente, assim como Elvira, só que pelo dançar. "Às vezes o corpo expressa algo que a música não consegue expressar".

Para quem registra, a fotografia esteve ali e está presente hoje para fazer de momentos como estes, memórias, recordações...

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E pela fotografia, a irmã que sempre a protegeu define o que sente pelo dançar. "Às vezes o corpo expressa algo que a música não consegue expressar". (Foto: Elvira Barros)
E pela fotografia, a irmã que sempre a protegeu define o que sente pelo dançar. "Às vezes o corpo expressa algo que a música não consegue expressar". (Foto: Elvira Barros)
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