Obra de Jonir Figueiredo passa a integrar acervo da Pinacoteca de SP
Quadro foi doado pela sobrinha e uma amiga do artista sul-mato-grossense que morreu em julho, aos 73 anos
O quadro Mapa do Paraíso, da coleção Pantanal, do artista sul-mato-grossense Jonir Figueiredo, agora faz parte do acervo e ficará exposto na Pinacoteca de São Paulo. A obra que retrata a riqueza natural do bioma foi doada pela sobrinha e uma amiga de Jonir, artista que nos deixou há pouco mais de dois meses.
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Thierry Freitas, curador da Pinacoteca, destacou a importância do Pantanal e pontuou a contribuição da obra para o acervo da instituição.
Fernanda Figueiredo, sobrinha do artista, lembrou do tempo em que ela e a irmã, ainda crianças, conviviam com Jonir no ateliê que ficava ao lado da casa da avó e onde elas passavam boa parte do tempo.
“Ele nos ensinava a traçar de maneira adequada e a usar pincéis pequenos e tinta guache. Todo o meu contato com a arte começou por meio dele”, lembrou.
Fernanda contou ainda que acompanhou de perto o crescimento do artista e viu seu desejo de conhecer outros estados e países, mas sempre sem esquecer o Pantanal, que sempre retratou em seus quadros.
O quadro em tinta sobre tela, de 2022, foi entregue nesta semana à Pinacoteca, e a documentação de transferência está em fase de finalização.
Quem foi Jonir Figueiredo - Jonir Figueiredo nasceu em Corumbá e fez carreira sólida na arte e cultura de Mato Grosso do Sul. Ele foi um artista multidisciplinar, desenhista, gravador, pintor, performer e produtor cultural.
A partir da década de 1970, integrou a “geração da divisão”, grupo artístico que buscou construir uma identidade própria para o recém-criado estado de Mato Grosso do Sul. Também foi cofundador do Movimento Cultural Guaicuru, cujo foco era expressar, pelas artes visuais, os mitos da fronteira, a ancestralidade rupestre e a fauna pantaneira.
Uma fase marcante de sua produção é conhecida como “fase dos jacarés”, nos anos 1980, em que suas obras visavam refletir preocupações ambientais emergentes. Ao longo de sua carreira, foi reunindo temas que dialogam com a memória, o território pantaneiro, os mitos locais e a identidade regional.
Além de sua produção artística, Jonir sempre esteve envolvido em projetos de incentivo à cultura, exposições, festivais, debates e políticas públicas referentes às artes visuais.
Morte de Jonir Figueiredo - Jonir Figueiredo morreu aos 73 anos na madrugada do dia 26 de julho, enquanto participava do Festival Bonito Cinesur, em Bonito. Seu corpo foi encontrado por amigos no local onde estava hospedado.