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Artes

Professora cria casinha de livros na calçada do bairro São Francisco

"Pegue um livro se quiser... Deixe um livro se puder" é a campanha que Patrícia tem feito no bairro onde mora, em Campo Grande

Alana Portela | 05/04/2020 08:19
A casinha de leitura está na Rua Sacramento, em frente ao número 501, no São Francisco. (Foto: Arquivo pessoal)
A casinha de leitura está na Rua Sacramento, em frente ao número 501, no São Francisco. (Foto: Arquivo pessoal)

Para incentivar a leitura, Patrícia Alves Carvalho resolveu criar a casa da leitura “Pegue um livro se quiser... Deixe um livro se puder”, em Campo Grande. A proposta está funcionando desde abril do ano passado, após ela mandar instalar uma casinha de madeira em frente à casa onde mora, no bairro São Francisco.

“Tem funcionado bem aqui. Olho pela câmera da casa e vejo crianças pegando livros, lendo depois devolvendo. É muito bacana”, diz. Ela tem 41 anos e há 25 atua como professora na Capital. Desse tempo de serviço, 10 anos foram dedicados à Educação Infantil e 15 ao ensino superior. Atualmente, atua na UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

“Senti a necessidade de partilhar, contribuir e chamar a comunidade também para a contribuição.  No bairro, existem muitas crianças”, comenta. Patrícia se recorda da vez em que viu dois irmãos que passaram brigando em frente à sua casa.  “A mais velha brigando com o mais novo”.

Dentro da casa estão os livros para serem pegos ou doados. (Foto: Arquivo pessoal)
Dentro da casa estão os livros para serem pegos ou doados. (Foto: Arquivo pessoal)

A situação a deixou inquieta e também a fez pensar em ideias para chamar a atenção daquelas crianças para algo que pudesse estar faltando na região. Foi aí que durante uma viagem, a professora viu um projeto parecido e resolveu abraçar.

“Vi uma ideia assim no interior de São Paulo, no Guarujá.   Fiquei encantada e muito ansiosa para voltar pra casa e espalhar a ideia. E assim fiz”, comenta.

Quando retornou, pagou para o vizinho construir uma pequena casa de madeira e instalar em frente à sua casa. Depois colocou uma placa informando para pegar ou deixar um livro. Aos poucos a ideia foi tomando forma e algumas obras saíam e outras entravam na casinha. “Os livros aparecem na caixinha. Pessoas estão pegando e deixando”.

Por conta da pandemia do Coronavírus, a professora pendurou algumas garrafinhas com água e sabão perto da casinha. Desta forma, ninguém precisa ter medo e antes e depois de pegar os livros, pode higienizar as mãos.

A casinha está localizada na Rua Sacramento, 501 – no São Francisco. “É um projeto educativo, voltado para crianças de 0 a 100 anos, ou mais”, afirma. Quem tiver livros e quiser doar, pode levar até o local.

Garrafinhas com água e sabão foram penduradas para lavar as mãos. (Foto: Arquivo pessoal)
Garrafinhas com água e sabão foram penduradas para lavar as mãos. (Foto: Arquivo pessoal)

O projeto aceita todo tipo de livro lúdico, educativo, informativo, didático. “Desde que venham como contribuição de formação, conhecimento, respeito, coletividade. Nunca deixaram algo inadequado nesse sentido, mas todos os dias, olho os conteúdos”, conta a professora.

A casa da leitura também é um teste que Patrícia está realizando para posteriormente, tentar espalhar pela cidade. “É um projeto de extensão que estou terminando de cadastrar. Envolve todas as licenciaturas que quiserem participar”.

Recentemente, ela recebeu uma proposta feita pela coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). “Ficou sabendo da ideia e propôs a parceria deles confeccionarem as casas com materiais alternativos e recicláveis”.

Agora, já com meio caminho andado, o próximo passo é buscar pessoas ou empresas que adotem a ideia. “Quem quiser, vai arcar com os custos do material da confecção e com as placas que leva o nome da instituição, do projeto e do responsável por aquela casa. Depois a pessoa escolhe em qual ponto vai deixar a casinha, se for local pública, precisa da autorização do município”, explica.

Após a instalação, será feito um cronograma de ações nas casinhas que estiverem espalhadas pela cidade.

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