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Artes

Violino no bairro Nova Lima não é mais um instrumento para poucos

Anny Malagolini | 01/07/2013 06:25
ONG ensina a moradores do bairro Nova Lima música instrumental (Foto: Cleber Gelio)
ONG ensina a moradores do bairro Nova Lima música instrumental (Foto: Cleber Gelio)

Distante de músicas como “Quadradinho de 8”, sucesso do Funk carioca, a trilha sonora semanal de 20 jovens do Nova Lima começa com música instrumental, clássica, de Beethoven a Heitor Villa Lobos.

O projeto da ONG Viver Bem, na zona norte de Campo Grande, tem a intenção de revelar talentos de graça, com aulas de violino, violão, violoncelo e baixo acústico.

Há 4 anos, o musicista Jardel Vinícius, de 27 anos, é quem se encarrega de apresentar aos jovens a poesia instrumental das músicas. Para surpresa do professor, o interesse por músicas da moda, ainda mais para quem é adolescente, é quase nula entre os participantes. “Aqui eles gostam de músicas que cultivam a habilidade musical de cada um".

Com apenas 16 anos, Adriana Souza da Silva já tem tarefa de gente grande. Além da escola, para garantir um extra a família, ela é babá, mas não impede o esforço para treinar violino.

Há três meses no curso, as músicas que eram apenas para ouvir em casa, como Antônio Vivaldi, se tornaram em meta de ensaio e mesmo com a reclamação da família com o “barulho” de quem está aprendendo a tocar um instrumento musical, ela não desanima. “Eu nunca imaginei que saberia posicionar um violino, mas me apaixonei, até vou parar de trabalhar para me dedicar mais”.

Sara Cristina, de 13 anos, se rendeu ao lirismo da música clássica aos 8 anos, por “livre e forçada” vontade da mãe, brinca. Ela conta que entrou nas aulas quando a mãe a matriculou e logo a paixão pela arte surgiu.

Brenda Souza Albuquerque, de 11 anos, é a caçula da turma (Foto: Cleber Gelio)
Brenda Souza Albuquerque, de 11 anos, é a caçula da turma (Foto: Cleber Gelio)

A caçula do grupo é tímida, tem apenas 11 anos. Brenda Souza Albuquerque começou a tocar violino há três meses. “Sai do balé e passando pela sala de ensaio o som me chamou atenção e resolvi entrar”.

Um dos talentos revelados pelo projeto é Jorge Bresley Cáceres, de 18 anos. O mais velho participante da turma já até dá conselhos aos colegas. Há 4 anos, ele começou a tocar com aulinhas de violão e hoje toca baixo acústico. Ele conta que entrou no grupo sem querer futuro, só porque era “de graça”.

Hoje, a renda é ganha com trabalhos como músico, mesmo sem o apoio da família, que sempre criticava a escolha de vida. Teimoso, Jorge apostou nele mesmo e fala orgulhoso sobre do futuro que espera. “Mudou minha vida, não vejo outra plano para mim a não ser um que inclua a música”.

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