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Artes

Curso ensina atores de audiovisual que na telona "o menos é sempre mais"

Paula Maciulevicius | 08/05/2012 21:04
Produção existe sim e público interessado em se capacitar também. Audiovisual em MS ganha um gás com curso que vai ensinar que o menos, é mais nas telas. (Foto: João Garrigó)
Produção existe sim e público interessado em se capacitar também. Audiovisual em MS ganha um gás com curso que vai ensinar que o menos, é mais nas telas. (Foto: João Garrigó)

Minimizar expressões. Esta é a proposta do curso de Atuação para Cinema e Vídeo, que começou nesta terça-feira, no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Quando se fala em produção de audiovisual em Mato Grosso do Sul a pergunta que não quer calar é se ela existe em si e mais, se há público interessado em se capacitar.

As respostas são afirmativas para as duas indagações. Quem sustenta é gente com experiência no assunto, o cineasta Miguel Horta, pioneiro em trazer cursos para o Estado ainda no começo dos anos 2000.

“Tem gente sim pelas propostas que estão rolando de curta-metragem”, responde. Para Horta, está vindo a chance de aos poucos, Campo Grande se desvincular da patinação que estamos vivendo na cultura.

“Campo Grande patina, patina na cultura. Não sai”, completa.

A ideia de minimizar expressões veio com o avanço da tecnologia no campo do audiovisual, onde agora, uma câmera full HD consegue jogar na telona um fio de cabelo fora do lugar.

“Hoje em dia as câmeras em HD fizeram com que a própria televisão se refizesse. Remodulou a cenografia, maquiagem”. Daí a necessidade de minimizar sorrisos, choro e o sentimento nas telas, explica Horta.

O curso, segundo Horta, vai trabalhar na prática a teoria simplória entre a intensidade do teatro e a naturalidade da televisão. “São atuações diferentes. No teatro você precisa mostrar para a pessoa que está na última cadeira ver. As construções são diferentes entre teatro e cinema”, completa.

Sem referências, já que de acordo com o cineasta não existe nenhuma teoria 100% voltado ao assunto, reduzir expressões em virtude das câmeras será dar atenção redobrada para cada movimento na face.

“Um olho a mais para cima, uma sobrancelha arqueada um pouco demais”, itens que entram no corte da direção de cinema.

De quebra, Horta pretende levantar a polêmica de formar e especializar atores em cinema, já que no campo da arte ainda existe preconceito com quem atua nas telonas.

“Vamos trabalhar questões necessárias para o desenvolvimento da técnica. Para o ator namorar com a câmera, ter uma interação com menos movimentos”, diz.

A inspiração de trabalhar com mais delicadeza seja nos momentos de raiva, alegria ou comoção, veio das características do cinema europeu, informou o cineasta.

Por enquanto há uma média de 15 inscritos para as aulas realizadas de segunda à sexta-feira, com início às 19h e às 20h30.

O curso segue até Julho e promete desde minimizar sentimentos até maximizar talentos. Ao final será produzido um curta-metragem, uma tentativa de “dar um gás na galera”, coloca Miguel Horta.

Segundo ele, de gente bem intencionada o curso está cheio a ponto da organização pensar em abrir uma turma aos sábados.

“Quero algo extremamente democrático. Ouvir as pessoas, descobrir gente de talento para ajudar a escrever”, reforça.

O curso faz parte Programa Educativo, direcionado para desenvolver ações que promovam a qualidade da experiência do público com diferentes manifestações artísticas, garantindo uma maior participação da sociedade ao Centro Cultural José Octávio Guizzo, através dos cursos e oficinas.

O valor da mensalidade é de R$ 130,00. Para se inscrever, basta procurar a secretaria do Centro Cultural, na Rua 26 de agosto, 453, ou entrar em contato pelo telefone 3317-1795.

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