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Artes

Rodando com a harpa em um fusquinha, Fábio Kaida quer popularizar o instrumento

Mariana Lopes | 30/05/2012 09:54
“Tenho qualidade e trago novidade”, diz o harpista (Foto: Rodrigo Pazinato)
“Tenho qualidade e trago novidade”, diz o harpista (Foto: Rodrigo Pazinato)

As mãos parecem dançar sob as cordas e o som peculiar é difícil ser comparado ao de outro instrumento. E foi com este mesmo encantamento que Fábio Kaida começou uma verdadeira história de amor com a harpa, aos 5 anos de idade, cheia de encontros, desencontros e recomeços.

“Meu pai chegou com ela em casa, colocou no quarto do meu primo e a primeira corda que eu toquei foi esta vermelha”, conta o harpista, refazendo o gesto que nem ele mesmo imaginava que seria tão valioso.

De lá para cá, ele foi convidado a tocar em Rondônia, onde ganhou o primeiro cachê e comprou a própria harpa. Em 1993, foi para o Japão trabalhar e, por falta de tempo, acabou deixando o instrumento de lado. Do oriente, Fábio voltou ao Brasil determinado a ser harpista.

Músico profissional e autodidata, ele conta que estuda de seis a sete horas por dia. “É o meu trabalho, tenho horário para cumprir”. Determinação e dedicação. Este é o segredo de Fábio para conseguir um currículo com participação em músicas de Geraldo Espíndola, Paulo Simões, Bruno e Marrone, e tantos outros artistas que despontam até mesmo no cenário nacional.

Mas o xodó dele é a participação especial no DVD do grupo Tradição, quando Michel Teló ainda era vocalista, em 2007. “Foi aí que ganhei mais visibilidade”, destaca o harpista.

Bingo. Tocamos no ponto X da questão, no qual Fábio tanto luta. Conseguir visibilidade e popularizar o instrumento, que hoje tem pouco acesso ao público. “Em uma orquestra, por exemplo, onde a harpa é mais comum, tem no máximo duas, enquanto o violino tem uns 10. Não dão o espaço que ela merece”, pontua.

O harpista garante que precisa apenas de alguém que invista no trabalho dele. “Tenho qualidade e trago novidade, se alguém apostar em mim, é para ganhar o Grammy Americano”, diz, sem falsa modéstia ou medo de parecer exagerado.

Apesar de a harpa ter raiz na polca, chamamé e guarânia, Fábio arrisca uma bossa nova e, durante a entrevista, toca a clássica “Garota de Ipanema”. A aprovação logo vem do olhar atento e comentários positivos de curiosos que param para ver o que está acontecendo. “Que lindo!”

Fábio toca para o **Lado B** com vista para o Lago do Amor.
Fábio toca para o **Lado B** com vista para o Lago do Amor.

Histórias para contar - A harpa de 37 cordas já se tornou a companheira inseparável de Fábio. “Levo até em churrasquinhos na casa de amigos”, conta. Apesar de grande, o instrumento tem espaço garantido e reservado no Fusquinha do harpista.

“Uma vez fomos em quatro pessoas para Cuiabá, coloquei primeiro a minha harpa e depois o resto que se ajeitasse”, conta.

Atualmente, Fábio toca com o grupo Nação Latina e faz shows, na maioiria das vezes, em São Paulo. Ele também toca em eventos privados e festas de aniversário.

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