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Comportamento

“Precisa de jardineiro? Chame o Zildo”, campanha que emplacou no Facebook

Ângela Kempfer | 21/03/2013 12:38
Felipe e Zildo, em foto de campanha lançada no Facebook. (Fotos: Célia Nazarko Pellegrini)
Felipe e Zildo, em foto de campanha lançada no Facebook. (Fotos: Célia Nazarko Pellegrini)

Um dia e um encontro foram definitivos para melhorar a qualidade de vida de Zildo, rapaz que há sete anos perdeu a perna em um acidente de moto na avenida Ceará, em Campo Grande.

Ao passar por uma rua no bairro Chacará Cachoeira, Felipe Pelegrini ficou surpreso ao ver Zildo trabalhando sob sol forte. Com muletas, ele cortava a grama com habilidade incrível. “Chamou a atenção porque ele não tem uma das pernas e estava lá, cortando a grama numa boa, apoiando a muleta no braço esquerdo e usando o cortador com o direito”.

Na hora, o administrador de 38 anos resolveu ajudar e lançou a campanha no Facebook: “Precisa de jardineiro? chame o Zildo”. “Pensei no meu cunhado que também não tem a perna”, lembra Felipe.

A vontade era apenas fazer apenas uma foto para enviar ao cunhado que vive em Rondônia. Mas a esposa de Felipe surgiu com outra proposta. “A ideia partiu dela de divulgar a imagem na internet para ele receber mais serviço”.

Depois de fazer propagande do serviço de jardinagem, o envolvimento cresceu. Felipe mobilizou os amigos para resolver o problema da prótese, que Zildo tem, mas não usa por dificuldades de adaptação. Como só restaram 8 centímetros de perna após a amputação, a dificuldade é no encaixe do mecanismo.

“Acabamos descobrindo que o SUS fornece as próteses (que vem de SP) e entrega para pessoa como se fosse um simples objeto. Não dão assistência”, comenta o administrador. Para ter algum acompanhamento, Zildo teria de ir várias vezes até São Paulo, explica.

Precisa de jardineiro? Chame o Zildo - 9159 1158.

Zildo com a prótese, ontem.
Zildo com a prótese, ontem.

A campanha na internet já rendeu. Ontem, os dois estiveram em uma empresa que, de graça, vai colaborar. A Ortopedia Casarin providenciou algumas adaptações e vai acompanhar o jardineiro durante a adaptação.

Na nova foto postada no Facebook na quarta-feira, Zildo já aparece com a antiga prótese encaixada. Mas a campanha continua, agora por um material melhor. “O ideal seria uma prótese de silicone, pois conheço bem, meu cunhado usa, então sei que é diferente”, justifica Felipe. O que falta é definir como serão as doações.

Zildo agradece ao novo amigo, diz que nunca ninguém fez nada parecido por ele. Avesso as redes sociais, o rapaz conta “que nem entende essa coisa de Facebook”. O que sabe mesmo é trabalhar. Desde segunda-feira o Lado B tenta conversar com ele, mas o jardineiro sempre fugiu da entrevista. Hoje, mais tranquilo e ciente do sucesso na internet, aceitou falar.

O rapaz garante que como já era jardineiro antes do acidente, nada mudou nesse quesito. “Me adaptei muito bem, faço todo o serviço como antes". A prótese, segundo ele, servirá para outras atividades, para melhorar a qualidade de vida social. "Aqui, no jardim, eu gosto mesmo é da muleta, sou mais rápido”, comenta.

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