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Comportamento

Além do cão e do gato, há quem tente embarcar até com cobra na rodoviária

Aline Araújo | 04/01/2015 07:12
Além do cão e do gato,  há quem tente embarcar até com cobra na rodoviária

Era dia 23 de dezembro, a rodoviária estava lotada de gente quando um passageiro carregando um saco de estopa sentou para esperar o próximo ônibus, no terminal rodoviário de Campo Grande. O senhor, de aproximadamente 60 anos, era simples, com as vestes de quem lida com o campo, calos na mão e o jeito ingênuo de falar.

De repente, o saco começou a mexer e uma outra passageira que está sentada ao lado passou a questionar o que tinha dentro do saco. Logo pensou que fosse uma criança, por isso chamou alguém da administração da rodoviária para acionar a policia. Relutante, o senhor não entendeu a abordagem, mas por fim permitiu que a PM abrisse o saco. Dentro, estava uma jiboia.

O senhor tinha um paiol de milho na chácara, infestado de ratos, achou que levando a cobra que encontrou na estrada poderia controlar a praga. Na cabeça dele, nem passou a ideia da sacola romper ou do possível pânico que isso poderia causar, muito menos o fato de ser crime carregar um animal silvestre para casa.

A história aconteceu mesmo por aqui, estão nos registros da administração da Rodoviária de Campo Grande, assim como tantas outras tentativas de viajar com animais, cena típica de filmes de comédia.

No caso do "homem da cobra", no final o animal foi levado pela Polícia ambiental e, após receber um puxão de orelhas, o senhor pode seguir viagem.

Levar cães e gatos é permitido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, mas eles precisam estar em uma caixa própria para transporte de animais. Porém, aqui no Estado, com a presença forte de áreas rurais é comum as pessoas também tentarem levar, galo, porco e até cabrito escondido.

Já teve história de gente querendo colocar um galo dentro do ônibus ou levar um porquinho escondido na mala, mostram os registros do Terminal. E por incrível que possa parecer, na maioria das vezes não é malandragem para levar o amigo junto, e sim falta de informação.

As paredes da rodoviária já viram muita criança se desesperar por ter que deixar o cachorrinho no bagageiro e também presenciou cenas onde a solidariedade de se mobilizar para ajudar falou mais alto.

Um casal de mochileiros, por exemplo, estava no fim da viagem, voltando para casa e já quase sem dinheiro, viram um filhote sofrendo na rua e resolveram adotar. Os dois conseguiram a caixa para o transporte, mas não deram calmante que é exigido nesses casos aos animais. Chegando na Rodoviária, foram impedidos de embarcar. Era sábado à noite, eles não tinham para onde ir, mas não quiseram abandonar o novo amigo.

Com a ajuda de outros passageiros, o casal conseguiu encontrar um veterinário que fosse até a rodoviária no domingo. A empresa também permitiu que eles remarcassem a passagem.

Cada companhia determina suas regras, algumas não permitem de jeito nenhum animais, por isso é melhor se informar antes de fazer planos que incluam os pets.

O encarregado de uma das viações, Reginaldo Ozair, não lembra de nenhuma história intrigante sobre carregar pets escondidos, mas recorda que há pouco tempo, no desembarque, dois gatinhos apareceram mortos depois da viagem. A dona foi imprudente, colocou os animais adultos em uma caixa pequena e eles não aguentaram a falta de ventilação.

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