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Comportamento

Ambulante famoso entre os bares da cidade é a certeza de que o lugar deu certo

Quem já viu o Paraíba peregrinando pelos bares de Campo Grande?

Thailla Torres | 10/04/2017 07:25
Paraíba vai de bar em bar vendendo DVD e pendrive com músicas. (Foto: Thailla Torres)
Paraíba vai de bar em bar vendendo DVD e pendrive com músicas. (Foto: Thailla Torres)

Morando há 25 anos em Campo Grande, Rinaldo dos Santos Ramos ficou conhecido pelas ruas. O ambulante já vendeu de tudo e virou o "Paraíba do Pendrive". Durante o dia, ele trabalha com frutas no Centro e à noite peregrina entre os bares para ganhar um extra vendendo música e falando do seu maior sonho: ganhar a vida como compositor.

É claro que a gente conheceu Paraíba na mesa do bar. Com jeito simpático, boné e camisa social, ele oferece o melhor do flash back. Quanto mais DVDs, menor o preço. Mas para quem está mais atualizado, o jeito é vender um pendrive com mais de 2 mil músicas.

Além de vender, o Paraíba é quase um garoto propaganda dos bares. Depois de tantos anos, ele faz questão de sair dizendo qual é o melhor, tanto que já virou lenda entre os estabelecimentos. 

"O Paraíba é um sensor de público bom. Ele só vai em lugares que tem potencial, tanto que existe uma lenda nos lugares novos que, quando ele aparece, chega ser um alívio porque é sinal que o negócio deu certo", brinca Fernanda Marques, dona de um bar na Rua 15 de Novembro.

Ele conta que chegou a Campo Grande em busca de um vida melhor depois de perder o pai. Decidiu largar a roça para vender por aqui. "Lá só era uma benção trabalhar no inverno, quando tinha chuva, e era bom para plantação. Mas vinha a seca e judiava de tudo". 

Aqui, também não foi fácil depois de encontrar tantos obstáculos pelo caminho. "Confiei muito em pessoas que não deveria confiar. A gente que vem de longe acaba sendo passado para trás". 

O primeiro trabalho foi na Rua 14 de Julho, fazendo colares. Depois, vendeu cadeado, perfumes e todo tipo de bugiganga que trazia de fora. A primeira realização veio quando comprou um carrinho de frutas. "É ele que me ajuda bastante, passo maior parte do tempo vendendo com ele", diz. 

O dia de Paraíba começa às 4h da madrugada e só termina meia-noite, depois que ele passa em bares vendendo música. O ritmo de trabalho também o ajudou a esquecer a desilusão amorosa que ele não se acanha em lembrar. "Na época que eu estava apaixonado ficava acordado nessa cidade até às 3h da manhã. Era aquele trouxa assumido sabe? Mas sempre fui um apaixonado". 

Sem nunca ter casado, ele diz que vai continuar trabalhando para realizar o sonho de voltar a Paraíba e se tornar um compositor de música sertaneja. "Eu componho até na hora da chuva e meu maior sonho é ser reconhecido nacionalmente como compositor".

Sobre se tornar uma referência nos bares da cidade, ele fica lisonjeado. "Tem gente que me recebe muito bem. Eu passo e falo do meu produto apenas, mas a maioria das pessoas gosta de conversar comigo. Acho que isso eu aprendi muito com a minha mãe que dizia, respeite a criança de hoje, que ela será o homem bom de amanhã e assim eu sou com todas as pessoas", diz.

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