Após 4 anos de espera, casal realiza sonho da maternidade com adoção
Nurya e Mayara construíram uma família com coragem e amor e celebram a vinda do filho há 7 meses
Nurya Malhada, 34, não queria ser mãe, mas Pedro mudou tudo antes mesmo de conhecê-lo. Ao lado da esposa, Mayara Schueroff, 30, a advogada embarcou em um mundo aguardado por elas durante 4 anos: a maternidade. Desde então, a vida começou a sorrir ainda mais para o casal, que viu no pequeno Pedro o filho que sempre pediram. Curioso e com quase 2 anos, ele presta atenção em tudo e sorri para a câmera.
O presente chegou em outubro de 2024, mas o processo foi longo. Convencida de que não gostaria de gerar um filho, Nurya se viu imersa no universo da adoção, algo que ela sempre pensou em fazer, e depois foi apresentando à mulher.
O caminho foi de muito estudo, companheirismo e parceria entre as duas, já que Mayara nunca tinha pensado na hipótese. Elas até chegaram a considerar fazer a inseminação, mas desistiram. As duas estão casadas há 8 anos.
“Demos entrada em 2020. Atrasou bastante por causa da pandemia, porque atrasaram as visitas e tudo. Ano passado é que, de fato, a gente entrou na fila, em agosto, e em outubro, dia 23, ele chegou. Ele era muito esperado e foi uma loucura. A gente ficou com uma ansiedade enorme e nunca estamos preparadas na hora que chega. Ligaram para a gente na sexta perguntando se a gente queria conhecer na segunda. Tinha uma viagem e nem fui, não consegui de animação.”
Elas souberam da história de Pedro sem nunca tê-lo visto. Um tempo depois, enfim, o encontro aconteceu. Mayara conta que foi amor à primeira vista.
“Foi maravilhoso, foi lindo. Quando a gente começa a fazer o curso e entende, a adoção é um caminho sem volta, um amor.” Já Nurya explica que a chegada dele colocou em xeque tudo o que viveu nos anos anteriores.
“Eu não consigo imaginar o antes. Pra mim, não tem o antes. É do Pedro em diante. Isso é inexplicável. É um amor. Eu ainda não tinha essa questão tão materna em mim, é difícil falar. Parece que ele sempre existiu e que a gente estava perdendo tempo antes”, conta.
A aceitação dos familiares nem sempre foi a mais fácil. As duas tiveram que vencer preconceitos gigantes para conseguirem estar juntas. Mas, quando o filho chegou, nada disso teve importância.
“Hoje em dia não tem o que falar. Eu até brinco que ele tem o dedo do pé igual ao da minha mãe e o cabelo igual ao do pai dela. Ele é o bebezinho da família. Fomos à casa de acolhimento, conhecemos ele, e foi amor à primeira vista. Geralmente são 10 dias úteis para pegar a guarda, mas a nossa aconteceu antes. A gente já tinha tudo dele, mas não tínhamos lavado roupa, o berço não estava montado", acrescenta Nurya.
Pedro ganhou uma festinha de aniversário dias atrás. O tema escolhido pelas mamães? Pantanal!
“É difícil, porque muda muita coisa, a rotina, mas a gente se adapta. Não vejo a gente antes sem ele. Fizemos a festa dele há um ano e o tema foi esse. Somos apaixonadas pelo Mato Grosso do Sul, e ela é veterinária e trabalha com peixes”, pontua a advogada.
Elas participam do grupo GEAAV (Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Vida, de Campo Grande), e no último domingo, Dia Nacional da Adoção, organizaram um piquenique com as famílias no Parque das Nações Indígenas.
“Conhecemos o grupo pelo Fórum,mas não conseguíamos ir nas reunião. Decidimos vir no encontro. Pedro é super tranquilo e muito curioso”, ressalta Mayara.
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