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Comportamento

Após 43 anos, lavadeira chora ao voltar em hotel como hóspede

Dona Dede trabalhou no Hotel Jandaia na dédaca de 70 e hoje foi presenteada com hospedagem em seu aniversário

Bárbara Cavalcanti | 23/06/2021 06:11
Dona Dede na área área da piscina do Jandaia para comemorar seus 74 anos. (Foto: Paulo Francis)
Dona Dede na área área da piscina do Jandaia para comemorar seus 74 anos. (Foto: Paulo Francis)

Para Adenice Eugênio da Silva Lima, o aniversário de 74 anos que ela completa hoje, é um dos mais inesquecíveis. Nessa data, “dona Dede”, como gosta de ser chamada, acorda para tomar seu tradicional café da manhã especial de hotel no Jandaia, um dos mais antigos da cidade. Ela tem um carinho especial pelo hotel, pois foi lá que em 1978 trabalhou como lavadeira. “Eu gosto demais desse lugar e a experiência aqui foi simplesmente maravilhosa”, declara.

Tudo foi surpresa orquestrada pela filha caçula, Maria Aparecida Lima da Silva. Dona Dede tem como tradição pessoal passar o aniversário em hotéis da cidade sozinha, e esse ano, a filha quis tornar a experiência ainda mais especial.

Dona Dede ao lado de escultura no Hotel Jandaia. Aniversário vai ficar marcado na história. (Foto: Paulo Francis)
Dona Dede ao lado de escultura no Hotel Jandaia. Aniversário vai ficar marcado na história. (Foto: Paulo Francis)

“Ela gosta de acordar no dia do aniversário dela e tomar café da manhã de hotel. E esse ano resolvi dar um presente especial, que é ela poder passar essa data aqui no Jandaia, hotel sobre qual ela fala com tanto carinho”, explica Maria Aparecida.

De acordo com a filha, não existe dia em que, ao passar pelo Jandaia, dona Dede não lembre dos bons tempos. “Ela repara em tudo, elogia a reforma. “Ê Jandaia”, diz sempre que passamos aqui”, conta.

Dona Dede no lobby do hotel com o lustre icônio. (Foto: Paulo Francis)
Dona Dede no lobby do hotel com o lustre icônio. (Foto: Paulo Francis)

A emoção de chegar no hotel foi grande. O dia começou com dona Dede se arrumando, fazendo o cabelo. Ela até já esperava ir para algum hotel, mas jamais que fosse o Jandaia, até que de fato, Maria Aparecida revelou a surpresa já lá no local. “Eu já chorei tanto desde a hora que cheguei aqui. Nunca imaginava, nem suspeitei de nada”, disse dona Dede ao Lado B.

“Aqui, trabalhei na lavanderia, depois ajudei as camareiras. Comecei a trabalhar aqui grávida de dois meses da Maria. Mas foi muito bom, os colegas, o ambiente, aprendi muito”, detalha. E garante: o padrão de excelência que lhe foi ensinado, dura até hoje.

A felicidade estampada no rosto de quem ama o Jandaia. (Foto: Paulo Francis)
A felicidade estampada no rosto de quem ama o Jandaia. (Foto: Paulo Francis)
Dona Dede na piscina do Jandaia. A construção do prédio ao fundo para ela faz parte das lembranças. (Foto: Paulo Francis)
Dona Dede na piscina do Jandaia. A construção do prédio ao fundo para ela faz parte das lembranças. (Foto: Paulo Francis)

Um dos registros da época é de dona Dede, já grávida, na lavanderia, com duas colegas em frente à passadeira de lençóis. E o Lado B não poderia perder a oportunidade de recriar a foto, 43 anos depois. Só no corredor, ela já estava com os olhos marejados.

A lavanderia não mudou muito de tamanho, modernizou a estrutura e os procedimentos. O maquinário, já com tecnologia mais avançada que na época, continua no mesmo lugar. “Do lado onde eu estou, se colocava o lençol, e as meninas do outro lado pegavam”, detalha. E ao sair da lavanderia, dona Dede já não conseguia mais conter a emoção. “Quem diria, que dia!”, expressou já entre lágrimas.

A foto original de 1978 mostra dona Dede na lavanderia. (Foto: Arquivo Pessoal)
A foto original de 1978 mostra dona Dede na lavanderia. (Foto: Arquivo Pessoal)
43 anos depois, dona Dede só posa para foto no mesmo lugar. Agora, aproveita a experiência de hóspede. (Foto: Paulo Francis)
43 anos depois, dona Dede só posa para foto no mesmo lugar. Agora, aproveita a experiência de hóspede. (Foto: Paulo Francis)

Depois dessa experiência, dona Dede já está ansiosa pelas próximas que virão. “Eu gosto de ‘fazer idade’, gosto de envelhecer. Adoro ser idosa. Quando eu era novinha, tive cabelo grisalho desde muito cedo e me confundiam com idosa, e eu adorava. Quando finalmente cheguei na terceira idade, aos 60 anos, fiz uma festa de arromba”, expressa.

Dona Dede trabalhou no Jandaia por uns três anos e saiu de lá apenas por causa de uma outra oportunidade, para trabalhar na casa da família de um senhor que conheceu no próprio Jandaia, como hóspede. “Mas esse lugar eu guardo com muito carinho no coração”, declara.

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