AVQ é o time gay que surgiu na brincadeira e agora vai jogar em SP
Juntos desde 2003, o desafio de AVQ (Amigos do Voley de Quadra) um time de vôlei sul-mato-grossense, é participar da 1ª Super liga da Diversidade que será realizada em São Paulo no mês de gosto. O time formado por gays luta contra o preconceito e busca provar que no esporte não há diferença.
Joaquim Vilela da Silva, de 39 anos, começou movimentar os amigos gays para jogar vôlei com objetivo de confraternizar. A ideia surgiu de um grupo com mais de 15 anos de amizade. O primeiro nome AVQ (Amigos do Vôlei de Quadra), permanece até hoje.
"Naquela época eramos em poucos e hoje já somos mais de 40, isso me deixa muito contente", diz Joaquim, um dos fundadores do time.
O esporte é mais que especial, e segundo um dos organizadores, até casamento surgiu dentro das quadras. "Temos amigos que se arrumaram por aqui e casaram, hoje vivem muito bem e ainda jogam vôlei", afirma Clarindo Junior.
Todos os sábados, eles se reúnem com empolgação para praticar o esporte, tomar uma cerveja e botar o papo em dia. "Aqui não tem briga, o pessoal que jogava quadra ao lado são héteros e no tempo em que usamos este espaço, nunca tivemos problemas", diz Joaquim.
Há mais de 10 anos a transexual Mikaella Lopes, de 34 anos, se une aos amigos para se distrair e jogar. "Por aqui a brincadeira é garantida, competição não é muito nossa praia, nosso negócio é fortalecer a amizade e daqui tenho amigos que vou levar pra vida", afirma.
Hugo Botelho, de 36 anos, é parceiro de quadra desde o início e, segundo ele, tudo em quadra é marcado por alegria e conquista. "Hoje sou bem resolvido no que diz respeito a minha sexualidade e foi aqui, na quadra, que aprendi valorizar amizades verdadeiras".
Na quadra, nada de tristeza. As horas em campo com os amigos do vôlei são de muitas risadas. "Aqui nós não damos espaço para tristeza, todo mundo sai feliz e com alma lavada".