Bombeiro transformou canteiro que era um lixo em seu lugar de paz
Sob a sombra de um pé de manga, Newton recebe amigos e compartilha experiências com quem passa em avenida

RESUMO
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Em meio ao movimento da Avenida Senhor do Bonfim, um pedacinho do canteiro central foi transformado pelo bombeiro aposentado Newton Franco, de 69 anos, que encontrou na simplicidade do trabalho na rua a paz que a vida pode oferecer.
Há 19 anos, ele decidiu que sua aposentadoria seria diferente. Em vez de se afastar das ruas, fez delas um refúgio. Em um trailer no meio da avenida, Newton vende pinga e cerveja para amigos de longa data e moradores que passam por ali em busca de um “goró” e da sombra generosa de um pé de manga, que garante o frescor do ponto.
A história do lugar começou em 2006, quando Newton se aposentou como bombeiro militar, após 28 anos de serviços prestados.
"Quando eu saí do bombeiro, não quis ficar parado. Peguei esse lugar no dia 1º de maio de 2006 e transformei um buraco cheio de lixo nesse espaço que me dá paz", conta.
Ele lembra que, no início, o local era feio e sujo, mas com esforço e dedicação, o "buraco" foi transformado no que é hoje, um espaço simples, mas repleto de carinho e história.
O trailer, além de ser um ponto de encontro para os amigos e vizinhos, é também um lugar cercado por superstição. O espaço é cercado de espadas de São Jorge e plantas do tipo 'Comigo Ninguém Pode'. "São para proteção", revela Newton.

No trailer, onde ele guarda as bebidas, uma imagem de Nossa Senhora Aparecida impressa também faz parte do escudo protetor. "Aqui o mal não vem. E se chegar vai embora ma mesma hora", afirma.
No portão de entrada do espaço, duas placas recebem os visitantes com um misto de humor e identidade. “Corinthiano Roxo” e “Fiado só amanhã”. É o jeito simples de Newton avisar que o lugar tem regras e coração alvinegro.
Ali não se vende cigarro, mas pinga e cerveja não faltam. “A maioria que vem aqui é o mesmo povo de sempre. Parte dos que vinham aqui tomar cachaça já até morreram”, brinca.
Mesmo assim, o bombeiro aposentado garante que o movimento segue firme, mesmo com menos frequentadores antigos. “Hoje são mais os amigos de sempre e os moradores daqui por perto”, pontua.
Além de bebida, o trailer já serviu também espetinho, mas com a alta nos preços, Newton deu uma pausa. Ainda assim, o pequeno negócio ajuda nas contas do dia a dia. “Dá pra comprar pão, leite e tomar uma cervejinha. Ajuda muito”, resume.
Mais do que comércio, o espaço é também terapia e encontro. “É um lugar tranquilo, gostoso e que faz bem pra mente. Eu vivo mais aqui do que na minha própria casa. Fico das 6h30 da manhã até às 7h da noite", revela.
A tranquilidade do lugar, sob a sombra generosa do pé de manga, também reflete a filosofia de Newton. "Aqui é mais que um trabalho. É para aproveitar a vida. O povo vai embora, mas as histórias ficam, enquanto novas pessoas chegam. Eu amo isso aqui", finaliza.
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