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Comportamento

Campo-grandense comemora feriadão, mas esquece data histórica

Data marca uma ‘virada’ na história política do país, mas acabou se perdendo na memória do brasileiro

Izabela Sanchez | 14/11/2018 13:45
A vendedora Ana Cristina, no canto direito, comemora o feriado pelo descanso (Foto: Izabela Sanchez)
A vendedora Ana Cristina, no canto direito, comemora o feriado pelo descanso (Foto: Izabela Sanchez)

No dia 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca protagonizou um levante militar que ficou marcado, na história, como a Proclamação da República, momento ímpar que configurou uma “virada” na história política do Brasil. Hoje em dia, no entanto, a data virou “feriadão”, comemorado, mas marcado pelo esquecimento da origem. Na memória do brasileiro, a data que pôs fim ao império e iniciou o presidencialismo não fica marcada.

Nas ruas de Campo Grande, em especial para as pessoas mais novas, a data não é lembrada. Edson de Golveia, 45, foi o único que soube nomear o feriado. “Eu acho que é a Proclamação da República. Lembro desde a época da escola”, comentou.

A vendedora Sâmila Martins, 22, não sabia da Proclamação da República e afirmou que algumas data nacionais “importam e outras não”. “Não sei o motivo, não tenho informação sobre. Eu não sei a motivação desses feriados”.

“Programação da República? Esqueci”, brincou a vendedora Ana Cristina. “Acho ótimo, eu descanso e muito importa por causa desse descanso. Eu adoro, poderia ter mais”. Mesmo sem ter informações sobre a data, Ana afirma, sobre os feriados nacionais que “tem que se importar, a gente vive em um país nacionalista”.

O estudante Henrique Paniago, 17, não conhecia a data. “Eu sei que é feriado, só não sei o nome”. Assim como Ana Cristina, ainda assim, ele afirma que os feriados que simbolizam acontecimentos históricos “são datas importantes para o país”.

Gabriela Martins da Silva acha que as datas históricas não fazem diferença (Foto: Izabela Sanchez)
Gabriela Martins da Silva acha que as datas históricas não fazem diferença (Foto: Izabela Sanchez)

Um país sem memória – Professor de história do ensino fundamental e médio, Adilson Rodrigues explica que a memória apagada foi substituída por datas de outras culturas. Como exemplo, ele cita datas comemorativas dos Estados Unidos, a exemplo do Halloween, o dias das bruxas.

“No Brasil é visível o desinteresse, ninguém mais quer conhecer a história. É trabalhado com os alunos, principalmente, do próprio processo histórico. A gente coloca a questão do patriotismo, e acaba passando na questão da proclamação da república. O ensino do fundamental é mais fácil, o ensino médio começa a perder”, comenta.

Para o professor, saber a data da Proclamação é essencial para entender o processo histórico que deu origem ao sistema democrático como o conhecemos hoje. "A importância, para o Brasil, é todo esse processo político. Nós brasileiros que acreditamos na democracia, onde há participação popular, para nós também é uma questão da participação da democracia. Perder essa data, acaba esquecendo a nossa história, nossos sistema político. A República garante o direito a decidir o futuro político do país”, explica.

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