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Comportamento

Carrinho doado à Santa Casa fez Davi perder medo e dirigir até sala de cirurgia

Aos 2 aninhos ele passou por uma cirurgia cardíaca e ganhou coragem após ver motorista por alguns minutos, em Campo Grande

Alana Portela | 06/12/2019 06:31
Davi Henrique Silva de Souza tem dois aninhos e foi dirigindo até a sala de cirurgia. (Foto: Divulgação)
Davi Henrique Silva de Souza tem dois aninhos e foi dirigindo até a sala de cirurgia. (Foto: Divulgação)

Carrinho de controle remoto deu coragem a Davi Henrique Silva de Souza, em Campo Grande. Aos dois aninhos ele nasceu com problema no coração e precisou passar por uma cirurgia na Santa Casa. Sem entender muita coisa o pequenino ficou estressado, mas o nervosismo logo acabou ao subir no brinquedo e dirigir até a sala de cirurgia.

“No começo ele não queria subir no carrinho, ficou com medo porque tinha muito enfermeiro. Mas, subiu e depois não queria que o enfermeiro tirasse o carrinho. Foi legal isso porque ao invés de ir chorando foi brincando, feliz para o centro de cirurgia”, conta a mamãe Geysiane de Souza Braga.

Ela mora em Sidrolândia com a família e relata que o pequeno nasceu com sopro no coração. Há tempos que Davi Henrique fazia acompanhamento médico na Capital e conseguiu ser encaminhado para cirurgia em novembro deste ano. A mãe contou para o pequeno o motivo do procedimento. “Expliquei que precisava arrumar o coração e ele entendeu, dizia que Deus ia trocar o coraçãozinho dele”, lembra.

Dirigir foi uma emoção e tanto que Davi até esqueceu o medo do procedimento e foi sorrindo para o centro de cirurgia. Chegando lá, foi colocado na maca, mas não quis que o brinquedo fosse retirado do local. Os enfermeiros atenderam ao pedido da criança e esperaram o pequeno cair no sono para retirar o carro da sala.

Davi Henrique dirigindo a super máquina que deu forças para encarar a cirurgia. (Foto: DIvulgação)
Davi Henrique dirigindo a super máquina que deu forças para encarar a cirurgia. (Foto: DIvulgação)
Em casa, Davi é sorridente e fica na sua motoca. (Foto: Arquivo Pessoal)
Em casa, Davi é sorridente e fica na sua motoca. (Foto: Arquivo Pessoal)

O brinquedo acalmou até a mãe, que ao ver o filho brincando ficou aliviada. “Está sendo bem cuidado. No começo foi complicado porque os médicos falam tanta coisa que a gente fica pensando no lado bom e ruim, mas deu certo”.

Foi cerca de quatro horas de cirurgia com a mãe do lado de fora aguardando pelo resultado. O procedimento ocorreu no dia 2 deste mês e foi um sucesso. Davi saiu dali e foi direto para o CTI (Centro de Tratamento Intensivo), onde está se recuperando. “Está bem, conversa e brinca. Pegou o copinho do lanche e estava brincando de carrinho, em casa ele tem um. Deve sair do CTI amanhã (hoje, 6 de dezembro)”, diz.

O pequenino deve ser encaminhado para o quarto do hospital, onde permanecerá por mais 7 a 10 dias em observação até melhorar bem para receber alta médica. Enquanto isso, a mãezinha aproveita para ficar ao lado do filho, auxiliando no que for preciso para ajudar na sua recuperação. À noite ela volta para Sidrolândia, mas no primeiro horário do dia seguinte já está na porta da Santa Casa para ver o pequeno.

O carrinho que fez Davi Henrique perder o medo e encarar a cirurgia foi doado por um funcionário do hospital. O brinquedo foi entregue no mês passado e é uma “super máquina” que vai até os pacientes para dar força.

O motorista segurou o volante e dirigiu dentro do hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)
O motorista segurou o volante e dirigiu dentro do hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)

O supervisor de enfermagem do bloco cirúrgico, Fermiano de Jesus Arguelho comenta que o carrinho chegou no dia 30 de novembro deste ano. “Outros países já têm isso e o médico achou interessante trazer pra cá. A princípio vai ser apenas esse por conta do recurso e dependendo do peso e tamanho, crianças até 10 anos pode subir nele”, explica.

Quem controlou o brinquedo no dia do procedimento foi outro enfermeiro, porém Fermiano estava perto e viu a emoção nos olhos da criança. “Ela foi tranquila para a cirurgia, sem chorar o que acontece muito porque as crianças ficam apavoradas. O percurso foi cerca de 300 metros”.

Após a primeira missão o carrinho foi guardado para ajudar os próximos guerreiros a enfrentar os desafios.

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