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Comportamento

Casal campo-grandense acaba preso no Himalaia por conta do coronavírus

A passagem de volta ao Brasil foi cancelada e a compra de alimentos e remédio é feita num vilarejo próximo, que só abre 2h por dia

Danielle Errobidarte | 05/04/2020 08:10
Os dois se mudaram de Campo Grande há quatro anos e mantém espaço de meditação no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal)
Os dois se mudaram de Campo Grande há quatro anos e mantém espaço de meditação no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

Renata Salmazo e Marcos Nantes chegaram na Índia no dia 19 de fevereiro. Como todos os anos, eles levam um grupo de participantes do seu espaço de meditação para conhecer lugares no país da Ásia. Há quatro anos eles se mudaram de Campo Grande para Búzios, no Rio de Janeiro, e percorrem anualmente pontos espirituais importantes na Índia. O grupo viajou por 21 dias e, ao final, os dois decidiram estender a viagem para conhecer o Himalaia, a mais alta cordilheira do mundo, para incluir o destino nos próximos roteiros. Enquanto estavam lá, o governo indiano bloqueou a entrada e saída de pessoas por 21 dias e, desde então, o casal está isolado em um vilarejo.

A viagem terminaria em 13 de março, na cidade de Nova Delhi, capital da Índia. Eles decidiram subir a cordilheira e deixaram as malas em Manikaran, outro vilarejo próximo. “Subimos duas horas de montanha intensas até chegar aqui. Ficaríamos dois dias, de 18 a 20 de março, mas decidimos ficar até dia 23, quando já havia um rebuliço na cidade e recebemos a notícia de que a Índia ia “fechar” em quarentena”, conta Marcos.

O casal conta que tentou conversar com alguns hotéis que alugam quartos por temporada em uma cidade próxima à montanha, mas nenhum deles quis recebe-los. “Não tivemos outra alternativa a não ser ficar aqui no vilarejo, que é muito lindo, mas não tem nada além de algumas casas de moradores”.

Segundo eles, as compras também são restritas e os responsáveis pelo hotel onde estão trazem encomendas do mercado mais próximo para os hóspedes. “Qualquer comércio, mercado, farmácia, as pessoas vão até Manikaran, que é lá embaixo da montanha. Os donos da guesthouse onde estamos nos disseram que o mercado abre só 2 horas diárias, então quando eles descem pedimos para trazeres coisas para nós”, explica Renata.

Enquanto estão isolados no Himalaia, Renata e Marcos fazem lives no Instagram sobre meditação. (Foto: Arquivo Pessoal)
Enquanto estão isolados no Himalaia, Renata e Marcos fazem lives no Instagram sobre meditação. (Foto: Arquivo Pessoal)

Renata e Marcos usam os nomes espirituais Prema e Abhishek, inclusive no perfil do casal no Instagram (@premaeabhishek), utilizado durante os dias que estão isolados para transmissões ao vivo e vídeos gravados sobre meditação. Em uma das lives feita no perfil, eles explicam que levaram roupas apenas para dois dias e brincam com os espectadores "vocês podem perceber que sempre repetimos o cachecol e o casaco, mas é por falta de ter outros mesmo. No andar de cima, uma espécie de sótão, é onde fica nosso quarto. Lá tem lareira e é quente, mas aqui na sala onde gravamos a live, não".

A volta do casal para o Brasil estava programada para o dia 30 de abril, pois planejavam explorar ainda mais o território indiano. Sem previsão de quando voltarão, eles decidiram permanecer no local. “Já recebemos uma mensagem da agência onde compramos a passagem dizendo que nosso voo foi cancelado. Por enquanto, decidimos ficar até que as coisas se normalizem”.

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