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Comportamento

Da sacolinha no pé aos casos de amor, encontro lembra fases do Aero Rancho

Encontro foi no Parque Ayrton Senna, cenário que tem grande valor para os moradores antigos

Thailla Torres e Tainá Jara | 16/09/2019 07:54
Osael e Ismael organizaram o evento para celebrar 30 anos do bairro. (Foto: Paulo Francis)
Osael e Ismael organizaram o evento para celebrar 30 anos do bairro. (Foto: Paulo Francis)

Cenário de amizades, encontros, festas entre amigos, comemorações, ponto de ônibus com estoque de sacolinha de plástico para não sujar o pé, futebol de rua e muitos inícios de namoro. Muito além de um dos bairros mais populosos da cidade, o Aero Rancho sempre foi palco de histórias e decidiu, neste fim de semana, fazer um encontro para rever amigos e comemorar três décadas de existência de um jeitinho bem campo-grandense, com roda tereré e conversa.

Apesar do crescimento e casas cada vez mais fechadas, o Lado B mostrou em maio, no dia do aniversário do bairro, a felicidade dos vizinhos que conseguem ainda manter o convívio e até mesmo dividir o cafezinho. A repercussão entre os moradores gerou nostalgia e motivou a dupla de amigos, Osael Pedrozo, de 39 anos, e Ismael Gomes, de 38, a criar um grupo nas redes sociais.

Foram muitos compartilhamentos de lembranças e até fotos antigas, mas os amigos não queriam que a lembrança ficasse só na internet. “O pessoal começou a cobrar uma festa, mas isso geraria muito custo, então decidimos fazer uma roda de tereré, em um dos lugares que é a cara do bairro, o Parque Ayrton Senna”.

Casal se conheceu no bairro na adolescência e está junto até hoje. (Foto: Paulo Francis)
Casal se conheceu no bairro na adolescência e está junto até hoje. (Foto: Paulo Francis)
Aposentada Maria foi uma das primeiras moradoras. (Foto: Paulo Francis)
Aposentada Maria foi uma das primeiras moradoras. (Foto: Paulo Francis)

Participaram do encontro moradores antigos e ex-moradores. Teve gente que veio do interior só para fazer parte da festa. Além disso, a turma fez camiseta e lembrou das histórias que ainda permeiam o imaginário de quem passou por ali. Entre elas, a “Padaria Pão Quente”, de 1988, que tinha pão quentinho feito pelo senhor Maguari, uma figura conhecida no bairro por sua habilidade em soltar pipa.

Osael fala do tempo de criança e das sacolas plásticas nos pontos de ônibus de quando o bairro não era asfaltado. “Aqui tinha um poeirão e ponto de ônibus era repleto de sacolinha para que as pessoas não afundassem o pé no barro. Isso são coisas que marcaram muito a nossa infância”, lembra.

Ismael lembra com carinho da chegada do parque, que transformou a relação entre setores do bairro. “Fundado na década 90, ele uniu muito os moradores, principalmente as quadras que não se misturavam e tinham aquela rixa. De repente, com o parque, todos viraram amigos“.

Moradores e ex-moradores aproveitaram para matar a saudade. (Foto: Paulo Francis)
Moradores e ex-moradores aproveitaram para matar a saudade. (Foto: Paulo Francis)

A aposentada Maria Mendes da Silva, de 71 anos, é uma das primeiras moradoras do Aero Rancho. “Eu fui a primeira moradora do setor 4, no dia da entrega eu já estava mudando”, lembra. Quando soube do encontro, não pensou duas vezes em participar. “A sensação é muito incrível ao ver essa criançada crescida. Tenho muitas lembranças boas e desafios, como o tempo que o bairro não tinha asfalto”.

Lembranças de amor também não faltam, como a do casal, Patrícia Silva Araújo, 37 anos, e Elton Matoso, 41 anos, que moram atualmente em Ribas do Rio Pardo, mas vieram exclusivamente para a festa. O casal se conheceu na adolescência no bairro Rancho e estão casados até hoje. “Se perguntar qual a principal lembrança que temos é essa. Conheci ele com 14 anos e nunca mais nos desgrudamos”, lembra Patrícia.

“Temos casas, familiares e muitos amigos por aqui ainda. Quando passamos por Campo Grande, nossa parada principal é no Aero Rancho”, completa Elton.

Do setor 7, a chef de cozinha Luciana Fernandes, de 37 anos, amou a iniciativa. “Toda minha infância foi no Aero Rancho, quando me mudei boa parte da minha família já morava aqui. Assim que surgiu esse grupo, fiquei muito feliz, porque lembrei muito das férias e dos amigos que eu ganhei na adolescência e levo para a vida até hoje. Acho que esse é o maior laço que a gente tem”.

Dona de um projeto social há 2 anos, Luciana e amigos realizam atividades com crianças no período natalino na área do Aero Rancho, além de doção de brinquedos e alimentos que são doados às famílias. “Pra mim é muito gratificante fazer algo para o bairro”.

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