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Comportamento

Dar aula de matemática e voltar à faculdade são chances de vida longa para Luiz

Thailla Torres | 20/03/2017 07:53
Engenheiro sempre deu aulas particulares, mas hoje, estudar é a melhor chance de qualidade de vida.
Engenheiro sempre deu aulas particulares, mas hoje, estudar é a melhor chance de qualidade de vida.

Sorridente, Luiz Flávio Guimarães sempre foi um homem ligado ao trabalho e aos estudos. Há mais de 30 anos, o ritmo de vida inclui estudar pelo menos 2 horas por dia. Depois, atuar como engenheiro, empresário e professor particular, agora ele dá aulas de matemática e encara um novo desafio aos 60 anos, sentando na cadeira de uma universidade como aluno. Na busca de conquistar o diploma de biólogo, voltou a rotina da faculdade e conta sobre como recomeçar sempre, aqui no Voz da Experiência.

Dar aula de matemática e voltar à faculdade são chances de vida longa para Luiz

"Tenho 60 anos e sou engenheiro de telecomunicações e eletrônica. Quando eu já cursava a faculdade, com 21 anos, eu já tinha vontade de dar aula. Comecei no colegial sendo monitor e depois passei a dar aulas, em seguida comecei a preparar muitos alunos para vestibular.

Quando eu formei em São Paulo, vim para Campo Grande trabalhar. Na época também comecei dando cursos da minha área em um centro de ensino superior na cidade e desde então nunca parei. Na verdade o que houve, foram mudanças.

Sai sala universitária para me dedicar a engenharia, mas continuei dando aulas particulares. Na época muito gente fazia aula comigo, até filhos de amigos. Mas depois de um tempo, até por questões financeiras eu foquei mais na Engenharia.

O fato é que eu sempre gostei de estudar. Acredito que é uma forma de ocupar a cabeça e sem dúvidas prolongar a nossa vida. E depois, eu acho a matemática fundamental e hoje percebo que infelizmente os alunos estão muito fracos para as contas.

Como eu sempre gostei, nesse ano, decidi pegar firme nas aulas e preparar o que eu sempre gostei de fazer, que foi ensinar e assim passo maior parte do tempo aprendendo.

Eu tenho o prazer em ensinar a matemática, porque isso sempre fez parte da minha vida. Para falar a verdade eu deveria ter condicionado minha vida às aulas.

Mas hoje, quando eu ensino, é muito bacana porque consigo mostrar a importância  e quanto isso nunca será algo difícil, porque a matemática é muito diferente de uma biologia, ela sempre vai ser exata, diferente das evoluções da vida.

Por isso, neste ano, além de dar aulas, resolvi dar um novo passo no meu ritmo de estudos. Como portador de diploma, ingressei na faculdade de Biologia na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

A ideia assustou até os filhos, que se perguntaram o porquê de cursar uma nova faculdade. Mas eu estou sempre estudando e acredito que para ter mudanças na vida, basta topar um desafio. Acredito também que a inteligência não altera com o passar dos anos, você pode mudar fisicamente, mas o gosto pelo conhecimento  continua e com isso a gente sempre tem uma coisa nova pela frente. 

A escolha do curso foi pela curiosidade. Também sou criador de pássaros e isso foi um grande incentivo. Foram 37 anos longe de sentar em um cadeira da universidade e essa volta tem sido uma experiência muito interessante, porque eu sou o único velho da turma.

Imagina para quem passou tanto tempo trabalhando, de repente ter que ficar quatro horas sentado. Mas é um contato que vale a pena e uma geração diferente. Até para estudar eu estou conhecendo um novo universo. Na minha época poucas pessoas tinham calculadora, hoje é cada dia uma tecnologia diferente.

Além do aprendizado, estar dentro da sala de aula me ajuda muito no emocional. A gente se sente ativo e com objetivo para viver por muito tempo. É um prazer ficar na sala de aula e depois me dedicar as horas de estudo dentro de casa. 

Quando você chega a um certa idade, você tenta vê que é o tipo de coisa que te traz uma vida longa. Se eu puder, quero estudar até os meus 80 anos".

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