Deixar cachorro solto no Parque dos Poderes não é fofo, é irresponsável
O “cãopocalipse” de todo fim de semana: um bando de gente sem noção passeando com cachorro sem guia

Todo fim de semana, Campo Grande tem um culto matinal no Parque dos Poderes: leggings justas, garrafinha Stanley, algumas bicicletas profissionais de 12 mil reais, fotógrafos e, claro, o cachorro... ah, o bendito cachorro.
Só que ele não está na guia.
Tá solto. Correndo como se fosse dono do cerrado, às vezes atravessando gente e, pior, ignorando a existência de outros cães que, ao contrário dele, estão ali com guia e coleira, como manda a mínima noção de convivência urbana.
“Ah, mas o meu cachorro é dócil!” Parabéns. O seu golden é um anjo. O problema é que a rua, o parque, a pista de caminhada com 500 pessoas no domingo de manhã não é o lugar pra arriscar. Um susto, um latido de outro cão, um barulho mais alto, um quati que brota da mata ou da lata do lixo, pronto: instinto. E o instinto, meu bem, não é adestrado no pet shop da esquina.
Quem avisa é o veterinário Antônio Defanti Junior, da Clínica Bourgelat:
Mesmo dóceis, os cães agem por instinto, principalmente para proteger o tutor. Um simples aperto de mãos entre desconhecidos pode ser interpretado como ameaça.”
Agora, imagine esse “erro de interpretação” com uma criança. Ou com um idoso. Ou com um outro cão que também acha que está defendendo seu humano.
Não precisa imaginar tanto: uma busca rápida no Google e você vai ver a quantidade de ataques recentes causados por cães soltos. E aqui não cabe o discurso-padrão da internet: “Tem que castrar!” “Pitbull é tudo assassino!” Não. Monstro não é o animal, é a irresponsabilidade de quem solta ele por aí como se fosse normal.

Cachorro grande ou pequeno, dócil ou não: o lugar dele é com guia. E, se for de grande porte, com focinheira, como explicam os especialistas. Existem focinheiras modernas, teladas, onde o animal respira tranquilo e, ainda assim, impede qualquer comportamento de ataque.
Mais do que risco, é desrespeito. Neste fim de semana, o Campo Grande News perguntou aos leitores: “O que você sente ao ver um cachorro solto em parques ou ruas?”. A resposta foi direta:
- 73% disseram se sentir inseguros, mesmo quando o cão parece inofensivo
- Só 27% acham normal e não se incomodam
Mas os comentários nas redes sociais gritaram mais alto que a enquete. Uma pequena amostra da indignação: Rodrigo Lessonier disse “Tremenda irresponsabilidade deixar cães soltos”
Já Cleide Vasconcelos mandou: “Uma total irresponsabilidade caso o cachorro seja de porte grande, o cachorro é um animal maravilhoso, mas com ressalva". Angelita Dias: “Tristeza por terem tutores irresponsáveis e o pior aqueles que abandonam o animal a própria sorte". E Zilda Dias finaliza: “Cachorro é igual criança: imprevisível”
O próprio veterinário destaca que a guia não é castigo, é respeito. Porque, se der ruim, não vai ser só o cão que vai sofrer, vai ser uma cidade inteira pedindo novas leis, novas punições, aquele auê na imprensa campo-grandense, e por aí vai...
E tudo isso podia ser evitado com um simples clique: encaixar a bendita guia na coleira antes de sair de casa para sua corridinha. Faça isso pelo seu cachorro, pelos outros e por você.

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