Ex-cobrador de ônibus vive de descascar alho em avenida
No carrinho amarelo, vendedor ambulante tem de tudo, mas a procura é pelas cabeças sem casca
Todos os dias, às 6h30 da manhã, José Miras Conde, de 63 anos, fixa uma 'carretinha' amarela na Avenida Padre João Falco, no Jardim Seminário, e começa o trabalho. Ele passa os dias descascando cabeças de alho e conversando com quem para por ali. O ambulante vende de tudo, desde carregadores até melado, mas o que o povo realmente quer é o alho sem casca.
RESUMO
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José Miras Conde, de 63 anos, encontrou nas ruas de Campo Grande seu sustento após deixar a profissão de cobrador de ônibus. Em sua banca improvisada na Avenida Padre João Falco, ele comercializa diversos produtos, tendo o alho como carro-chefe, vendendo quatro cabeças por dez reais. Com jornada de trabalho das 6h30 às 19h, o ambulante mantém um pequeno comércio diversificado, oferecendo desde doces até meias e carregadores. Apesar do medo constante de ser removido do local, José encontra satisfação em seu trabalho, mantendo viva a tradição familiar do comércio, mesmo que de forma itinerante.
Apesar de ser uma coisa simples, o interesse de quem compra é, segundo ele, justamente este: a praticidade e a ocasião de estar passando pelo local no momento. Tudo começou com José vendendo em um carrinho de mão no Centro da cidade. A história de como foi parar nas vendas é antiga. Ele foi cobrador de ônibus por 19 anos, saiu em 2012 e ficou sem emprego.
Foi ai que teve a ideia de vender algumas coisas por aí. “Antes trabalhei em posto de gasolina, quase nove anos. Depois, com lanches, não deu muito certo. Aí fui cobrador de ônibus. Gostava de ser, mas ser vendedor tá no sangue. Minha família sempre foi de vendas, só que eles tinham ponto fixo.”
Ali, quatro cabeças de alho custam R$ 10; pacotes maiores saem por R$ 15 e R$ 20. “Dá pra sobreviver”, comenta. Porém, essa sobrevivência vem acompanhada de um medo constante: “A gente vive com medo de ser tirado daqui. O pessoal vem comprar aqui porque eu limpo o alho. Se tiver algum podre, eu tiro. No mercado, o pessoal não vê o que está comprando".
Além do alho, José vende doce, bala, pimenta em conserva, ovo, melado, meia e até carregador. Parte das mercadorias ele compra prontas e revende. Morador da Vila Nasser, José chega ao ponto por volta das 6h30 e só sai às 19h. Leva a própria marmita, porque “não compensa voltar pra casa”.
Confira a galeria de imagens:
O carrinho fica na Avenida Padre João Falco, esquina com Avenida Tamandaré.
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