Família percorre 5 mil km para visitar e retomar laços com parentes
Ezequias e os pais saíram de Água Clara com destino a uma aldeia indígena no interior do Pará
Há duas semanas e meia, o sul-mato-grossense Ezequias Pereira de Souza Yudja Juruna, de 38 anos, vive uma aventura sem rota definida e repleta de emoção. Sem pressa e a bordo de um Volkswagen Voyage, ele deixou Água Clara no dia 7 de julho e já rodou quase 3 mil quilômetros cruzando o País ao lado dos pais, dona Terezinha, de 68 anos, e Emílio, de 67.
RESUMO
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Ezequias Pereira de Souza Yudja Juruna, de 38 anos, e seus pais, Terezinha e Emílio, realizaram uma viagem de 5 mil quilômetros pelo Brasil para reencontrar familiares. A jornada, que começou em Água Clara, no Mato Grosso do Sul, incluiu paradas em cidades como Uberlândia e Goiânia, culminando em uma aldeia indígena no Pará. Durante a viagem, a família enfrentou desafios, como pneus estourados, mas a emoção dos reencontros superou as dificuldades. Terezinha reencontrou a irmã após 30 anos, e Ezequias visitou a terra de sua mãe biológica. A experiência fortaleceu os laços familiares e proporcionou momentos de intimidade entre eles. A previsão é que retornem a Água Clara após 20 dias de viagem.
Depois de se preparar por meses, a família colocou em prática a missão de rever familiares espalhados Brasil afora, e reatar os laços que o tempo e a distância naturalmente fizeram adormecer
A jornada teve como destino final uma aldeia indígena no Pará, a 800 quilômetros de São Félix do Xingu. E logo no início do trajeto, antes mesmo de sair do Mato Grosso do Sul, veio o primeiro perrengue: dois pneus estouraram na rodovia. “A estrada estava até boa, não tinha trânsito nenhum, mas, de repente, dois pneus estouraram”, relembra.

Mesmo com o susto, a família seguiu viagem, porque, segundo Ezequias, “a vontade de ver o povo era maior”.
A ideia da viagem era antiga. “Sempre que dá, a gente tenta visitar os parentes. Dessa vez, resolvemos fazer um giro completo. Fomos parando na estrada, sem pressa. Eu dirigia só até quando começava a escurecer”, conta.
E o giro pelo País foi grande. Eles saíram de Água Clara e passaram por Uberlândia, onde Terezinha reencontrou a irmã após mais de 30 anos. “Ela chorava abraçando a irmã. Foi um momento muito emocionante”, descreve o filho.
De lá, o trio seguiu para Goiânia, depois visitou outro tio em Cariri, no Tocantins, e passou ainda por cidades como Palmas, Lajeado e Comé, até chegar ao destino principal, São Félix do Xingu, no Pará, onde reencontraram os parentes da aldeia.
“Foi uma viagem longa, a aldeia fica 800 km pra dentro de uma estrada. Mas chegar foi maravilhoso porque é lá onde estão nossas raízes", afirma.
Outra parada simbólica foi em Eldorado dos Carajás, também no Pará. Terra da mãe biológica de Ezequias, com quem ele mantém laços mesmo sendo filho adotivo.
Segundo ele, a conexão entre as duas famílias, biológica e adotiva, é profunda e amigável. "Graças a Deus estou com os dois lados da família e pudemos rever todo mundo”, explica.
Agora, Ezequias e os pais estão na divisa do Pará com Mato Grosso, se preparando para o retorno. Além do reencontro com os parentes, a viagem teve seu valor emocional nas horas passadas com os pais na estrada.
“Meus pais são muito envolvidos com a igreja e cuidar de gente às vezes estressa. Então esses dias foram só nossos, de intimidade, de conversa. Foi uma aventura e uma descontração”, resume.
Mesmo com alguns perrengues, como o parente que prometeu encontrá-los e “sumiu” de um assentamento em Lajeado, a viagem foi recheada de momentos inesquecíveis.
"Fora isso, encontramos muitos tios, primos, conhecidos. A família é grande demais e deu para matar a saudade de muita gente”, relata.
A previsão é que Ezequiel e os pais retornem a Água Clara no próximo sábado, completando 20 dias de viagem e quase 5 mil quilômetros rodados.
“Vai ser o encerramento de uma viagem marcante e foi especial demais. A forma como meus parentes me trataram, o amor da minha avó, da minha mãe biológica. Parecia que eu nunca tinha saído de perto deles", finaliza.
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