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Comportamento

Fora dos planos da mãe, Ravi veio ao mundo na água e em dia de sol

Fotografias emocionantes mostram detalhes de um parto esperado, mas cheio de surpresas para o casal.

Thailla Torres | 02/08/2021 06:18
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Eu quero contar para o Ravi, através de fotos e vídeos, que ele teve pais conscientes para um nascimento amoroso, respeitoso e natural. Vou explicar a importância disso desde quando soubemos da existência dele. Pois ele veio ao mundo de um jeito muito mais lindo do que a gente imaginou”.

As palavras acima e o relato de um parto surpreendente neste texto são da jornalista Caroliny Anache, de 31 anos. Ela conta sobre o nascimento de Ravi, seu primeiro filho, que nasceu no dia 23 de junho. Foram 6 horas de trabalho de parto, com direito a contrações dentro do carro e o filho escolhendo o momento certo para nascer, “fugindo” até dos planos dos pais que pretendiam ter o bebê na própria casa.

Caroliny conta que descobriu que Ravi viria ao mundo de forma repentina. Ela não planejava ser mãe agora, porque pretendia se planejar financeiramente. Mas a certeza de que estava grávida inundou o coração dela e do marido de amor.

Paralelo a descoberta, a jornalista conheceu o parto ancestral, que tem como diretrizes um parto respeitoso para a mãe e o bebê, ao lado de parteiras e doulas. “Conheci através de uma amiga e me interessei”, conta.

Caroliny em ensaio com Ravi ainda na barriga. (Foto: Divulgação Imemby).
Caroliny em ensaio com Ravi ainda na barriga. (Foto: Divulgação Imemby).

Quando a futura mamãe compreendeu todos os detalhes que envolviam o parto ancestral, Caroliny decidiu que teria um parto natural, ou seja, sem anestesia e nem indução. Além disso, desejou que o parto fosse no aconchego do próprio lar.

Mas Ravi parece ter escolhido o seu momento para nascer. Ele resolveu vir ao mundo logo que a mãe completou 38 semanas de gestação e às vésperas dela comprar todos os itens necessários para o nascimento em casa. “Eu não tinha comprado as coisas ainda e comecei a ter contrações. Foi quando liguei para minha parteira e ela me convidou para seu espaço. Estava com contrações aceleradas e não daria tempo de comprar as coisas”.

Caroliny e o marido então correram para o Gayatri Spa, um espaço aconchegante que fica no lar da parteira e doula Carol Figueiró, com anos de experiência em nascimentos ancestrais e humanizados.

Em ambiente rodeado de natureza e um sol que iluminava todo o jardim, Caroliny vivenciou 6 horas de trabalho de parto ao lado do marido, da equipe do nascimento e a fotógrafa, que também é sua grande amiga.

Esposo segurando as mãos de Carol durante o trabalho de parto. (Foto: Thê Fotografia)
Esposo segurando as mãos de Carol durante o trabalho de parto. (Foto: Thê Fotografia)
Footgrafias mostram a plenitude da mãe antes do nascimento. (Foto: Thê Fotografia)
Footgrafias mostram a plenitude da mãe antes do nascimento. (Foto: Thê Fotografia)

Durante as 6 horas de parto, toda a preparação de Caroliny durante a gestação fez a diferença, mas ela também precisou pisar no freio. “É muito bom ter informação. Não me arrependo de ter lido livros, conversado com mães, mas na reta final, é importante parar de se informar e se conectar com o próprio corpo, para ir relaxando para o momento”.

Um dos pontos mais importantes para um nascimento, foi a preparação emocional ao longo da gestação. “Fiz terapia para curar traumas e para que o parto ocorresse da melhor forma. Eu pude sentir isso durante o trabalho de parto, as dores iam aliviando com minhas curas internas”.

No trabalho de parto, o medo da dor que muitas mulheres relatam teve pouco espaço para a Caroliny e Ravi. “Eu tinha certeza do que eu queria. Em nenhum momento eu quis desistir. Sempre me apegava ao meu propósito, que era promover um parto respeitoso para o meu filho”.

Ela confessa que houve um momento em que quis se conectar com a criança interior e sofrer. “Mas minha parteira me puxou, conversou comigo e eu coloquei a mulher adulta de mãe para entrar em cena”.

Durante trabalho de parto, Carol também caminhou pelo jardim. (Foto: Thê Fotografia)
Durante trabalho de parto, Carol também caminhou pelo jardim. (Foto: Thê Fotografia)
Pouco antes do nascimento, Carol pensava que desejava um parto respeitoso ao filho. (Foto: Thê Fotografia)
Pouco antes do nascimento, Carol pensava que desejava um parto respeitoso ao filho. (Foto: Thê Fotografia)
Assim Ravi veio ao mundo de um jeito mais surpreendente. (Foto: Thê Fotografia)
Assim Ravi veio ao mundo de um jeito mais surpreendente. (Foto: Thê Fotografia)

Para um momento como esse, a jornalista destaca a importância da terapia em sua jornada como gestante. “É muito importante a preparação antes do parto, porque existem curas internas necessárias e, às vezes, no momento de dor, a pessoa pode se agarrar a esse estado interno. O autoconhecimento é muito importante, não é só parir. Eu tive muitos aprendizados no meu parto”.

Para se concentrar, Caroliny também pensava nas mulheres da própria família. “Eu pensava que queria honrar minha mãe, minhas ancestrais, que a gente é deusa, que eu sou capaz. Então, eu sempre trazia essa força pra mim, agradecendo o tempo inteiro. Cada mulher vai buscar uma forma diferente de se fortalecer, mas eu só o visualizava encaixando, descendo, ele saindo, da forma mais saudável de dentro de mim”.

Com todo esse pensamento positivo, Ravi veio ao mundo às 13h55, dentro de uma banheira, em um lindo dia de sol para combinar com o seu nome. “Ele trouxe calor, luz, potência, aconchego, cor e mais vida aos nossos dias”, descreve a mãe.

Agora, lotada de gratidão, tudo o que Caroliny quer é viver cada momento e ter a chance de contar ao filho como ele veio ao mundo e como isso muda a vida de um bebê. “A mudança começa com um nascimento sem trauma e respeitoso, em que o bebê vai direto para o colo da mãe, fazendo com que a criança se sinta acolhida, afinal, foi com a mãe que ele esteve junto por 9 meses”.

As fotos emocionantes também ressignificam o parto que muitos associam à dor. “Ao longo desse caminho, aprendi que a gente não precisa sentir dor. A gente sofre, porque temos questões internas para resolver. A mulher selvagem que tem dentro de nós não sente dor parindo. A gente sente as dores, porque tem muitas questões internas e medos que trazem muita dor. O parto pode ser cada vez mais leve e mães precisam ter a chance de compreender a força que elas têm”, finaliza.

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